Literacia e Iliteracia


L iteracia define-se como a capacidade de saber ler e de escrever, mas também significa capacidade para perceber e interpretar o que é lido. Se em Portugal 95.4% da população sabe ler e escrever, não é sinónimo de saber interpretar o que se lê, fica aquém do espetável. Embora 95.4% seja um excelente número, comparado com países como o Senegal, onde apenas 39.3% da população sabe ler, não é motivo de orgulho, porque Portugal está em 100º lugar dos países com maior percentagem de literatos, isto é, o número que representa o total de população que sabe ler e escrever.

Isto a propósito de alguns textos publicados aqui mesmo no CM, onde se denota uma falta de cultura gritante de alguns leitores para interpretar o que se escreve. Basta ler alguns comentários nas redes sociais para perceber que muitos textos passam ao lado dos neurónios do leitor mais distraído, mas pior mesmo, é uma maioria teimar em interpretar à letra o que se escreve. Lembro-me de alguém que uma vez confessou-me que se riu mais com os comentários idiotas do que com o excelente humor do texto.

Por falar em iliteracia, nunca é demais lembrar uma dissertação do Sr. Presidente da Assembleia Regional sobre a literacia dos madeirenses e ainda um artigo de opinião escrito, sobre o mesmo tema, por um ilustre jornalista do Diário, que peca por ter um segundo sentido camuflado.

Mas a quem serve o analfabetismo dos madeirenses? Primeiro serve aos políticos, que usam e abusam do fraco conhecimento de uma população para serem eleitos e governar como querem, longe do escrutínio da democracia. Se juntarmos à falta de cultura com a informação sonegada por uma imprensa subjugada ao poder, temos que há ainda quem acredite que se o PSD deixar de ser governo na Madeira, os pensionistas podem perder as suas reformas. Inacreditável? Acredite-se! Isto ainda existe na Madeira em pleno seculo XXI! 

Segundo. A culpa é apenas da classe política que temos? Não! A culpa é dos inúmeros madeirenses que usam o cérebro apenas para encher de Poncha e convencerem-se de que são felizes. 

Mas se a população madeirense é maioritariamente iletrada, os políticos não ficam atrás! Cada vez mais surge-nos uma geração de políticos ambiciosos e impreparados, cujo primeiro objetivo é afastar os mais aptos para conseguirem o esperado sucesso. E quando falo em sucesso, não é o do povo que os elegeu, mas sim o deles próprios.

Se a iliteracia do Madeirense é uma triste realidade, a iliteracia do eleitor português é chocante e André Ventura é um bom exemplo para prová-lo! Já alguém se questionou, se André Ventura for algum dia Governo, quem será o Ministro do Equipamento Social? Quem será o Ministro da Saúde? Quem será o Ministro das Finanças? E quem será o Ministro do Ambiente? Reconhecem no CHEGA algum quadro com competências em alguma área? Sinceramente, à volta de André Ventura só vejo idiotas e oportunistas! 

Para terminar, e voltando à Madeira, não invejo a dificuldade de Miguel Albuquerque em arranjar quadros competentes para governar, um exemplo é ter na lista candidatos à Assembleia da República que nem madeirenses são. Más por cá há muitos mais que sonegam essa informação, será por iliteracia dos madeirenses? Será mesmo "Primeiro a Madeira"?

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 23 de janeiro de 2024
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