O exorcismo da pulga


(A Pulga - Vinicius de Moraes)

O bispo Brás do Funchal voltou a tirar mais uma pulga da batina. O caso daquela desgraça que foi a passagem do Frederico Cunha pela Madeira, pela mão do bispo Teodoro, voltou à espuma destes dias. Há um bispo sedento de visibilidade, mas como não encontra outra forma de falarem do que ele faz ou diz, porque se limita às falácias das fezes, vai daí tira mais uma pulga da batina. E que pulga gorda de bela papada!

Dizem algumas vozes que os ímpetos de som e visibilidade, tomados por um espetro assombroso, fez descer os caudilhos inquisidores da Diocese com uma lanterna na mão tateando no escuro nauseabundo do esgoto e encontraram as relíquias do caso vergonhoso Frederico Cunha.

Perante tão importante achado resolveram colocar dentro de um pote de prata as coisinhas do Cunha do Brasil e enviaram a Roma na esperança que dali viesse mais um reconhecimento digno de beatitude e santidade num dos altares da Sé do Funchal, se ainda houvesse espaço para mais um pote, para mostrar à veneranda ignorância da populaça madeirense. Cá nada, O Papa Francisco, que não engole baboseiras infantis, manda lá do centro do império a notificação que Frederico Cunha deixa de ser clérigo, que pode casar se a idade ainda for a tempo.

Nenhum madeirense estava à espera que se remexesse mais uma vez neste escabroso caso, mas as Diocese em todos os tempos tem umas cabeças à frente dela que são uma riqueza. Os estudiosos ensinam que o traço principal dos espetros é a imprevisibilidade. Temos confirmado esse dado com os bispos que têm passado pela Madeira nos últimos sessenta anos.

No domínio dessa imprevisibilidade dos espetros têm andado acontecimentos do passado, a venda de propriedades sob o véu do segredo e da falta de transparência, foi também o caso da resolução de Martins Júnior e paróquia da Ribeira Seca, que foi resolvido porque o padre já estava velho e servia à popularidade de quem resolvia o caso. O tempo tem mostrado que este caso era apenas uma pulga que era exorcizada da batina dos bispos. Agora é esta resolução relativa a Frederico Cunha que não adianta nada ao fim de mais de trinta anos. Só remexe na fossa e levanta mau cheiro por todo o lado.

Os sábios do Largo Conde Ribeiro Real foram ao fundo da fossa e trouxeram à tona aquele esterco nauseabundo que foi o caso de Frederico Cunha, pedófilo mor encartado pelo bispo Teodoro de Faria, que, por sinal, vai morrer em paz, sem que exista coragem para denunciar ao Vaticano e aos tribunais civis, por ter sido o protector paternal de um criminoso. Coragem e justiça seriam fazer uma purga completa das pulgas que se passeiam incólumes na batina dos bispos. Não apenas um exorcismo fanfarrão para exorcizar apenas uma pulga, mesmo que gorda e papuda. Bom seria expurgar todas as pulgas e ferir de morte o ninho reprodutor das pulgas.

O caso do espetro Frederico Cunha, foragido de Portugal pela mão segura de altas figuras do Estado e da Igreja Católica Portuguesa, refugiado no Brasil, o seu país de origem, foi lembrado outra vez, só e apenas para alguém mostrar serviço e colher vivas de simpatia. É a coisa mais mórbida e mal-encarada de cheiro a podre. 

Pareceu algo bombástico e bom para ser feita notícia como aconteceu em vários órgãos de comunicação social regional e nacional, dispensar de celibato e retirar o estado clerical a Frederico Cunha. Pareceu um zumbido a azucrinar o juízo que alguém queria lucrar popularidade com isso. Nada mais inútil e perverso.

Mas como o espetro da Madeira, quer igreja quer política, anda sempre envolta em imprevisibilidade, como seria gostoso sermos surpreendidos pela coragem dos caudilhos clericais, pois, andavam afanados a tentar todas as vias para sancionar o protetor do infractor pedófilo brasileiro Frederico… E melhor ainda tinham deixado as suas lanternas inquisitoriais e tinham ido com os olhos da caridade procurar a família do jovem Luís Miguel assassinado há trinta anos lá para os lados do Caniçal, sob uma trama sexual vergonhosa, que deixou mal a Madeira inteira e especialmente a Igreja da Madeira.

Isto sim seria de mestre. Uma verdadeira atitude cristã seria pedir perdão à família e ressarcir os danos causados por essa perda. Esta ação seria louvável e manifestava preocupação séria pelas vítimas, seria exemplar e passaria a mensagem à sociedade que nunca mais serão tolerados abusadores criminosos nem muito menos protetores paternais de crimes e de criminosos.

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 1 de março de 2024
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