H á relativamente pouco tempo, numa ida à Ribeira Brava a um café, restaurante, mercado municipal ou outro tipo de loja comercial, ao fim de semana ou num feriado, poderíamos beneficiar de muitos estacionamentos gratuitos. Era um passeio agradável, em família e a economia local “mexia”.
Tudo mudou para nossa surpresa, alguns espaços de estacionamento desapareceram e todos os disponíveis são pagos, sendo que tomar café e dar alguma volta leva cerca de uma hora e meia ou duas horas, o que pesa no bolso. Ir a um restaurante já nem se fala. Alguém poderá dizer que isso é residual, são apenas mais uns dois euros, blablabla… No entanto, a soma de vários residuais pode causar um rombo no orçamento familiar de classe média em várias vezes, as tantas idas que o comércio local vai sofrer na pele em benefício das grandes superfícies. Quando os políticos vos derem palmadinhas nas costas em campanha eleitoral, classe média e comerciantes da Ribeira Brava, tenham em atenção estes pormenores. Convém lembrar que a maioria não vive de acordo com a imagem que se dá a esta ilha, aliás, vive com muitas dificuldades, sem perspetivas de melhoria a nível de salários, cuidados de saúde, compra de casa ou arrendamento, etc. Com um poder de compra e custo de vida que não pode dar certo em nenhuma conta.
Chegamos a uma situação em que, agora, não só pagamos tudo mais caro, fruto do turismo intenso e dos “vistos gold”, como também estamos limitados nas deslocações na ilha em virtude dos preços e caos em muitos pontos de atração turística. Então, os madeirenses trabalham para sobreviver e alhear-se dos problemas com festas e poncha? Bem confirmada a razão da célebre política do “Pão e circo”!
Esta Madeira odeia madeirenses e tem governantes que estão no seu mundo, não no nosso! Só não averiguei os beneficiários destas decisões nos estacionamentos, mas se responder "os mesmos", não devo falhar, a Madeira é só para eles.
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