"Só ardeu mato". Campos de golfe é a única "reflorestação" que vinga.


A construção de um campo de golfe na ponta do pargo, já afetado pela escassez de água é uma decisão que levanta sérias preocupações, especialmente diante da iminente crise climática. Num cenário em que as alterações climáticas agravam a disponibilidade de recursos hídricos, projetos desse tipo mostram-se não só insustentáveis, mas irresponsáveis.

Os campos de golfe, por sua própria natureza, demandam vastas quantidades de água para a manutenção da sua vegetação impecável. A irrigação constante, necessária para garantir o crescimento e a vitalidade da relva, agrava ainda mais a pressão sobre os recursos hídricos locais, já escassos. Estima-se que um campo de golfe pode consumir milhões de litros de água por ano — uma quantidade que poderia ser direcionada para o consumo humano, agricultura ou preservação dos ecossistemas locais.

Além disso, as alterações climáticas prometem exacerbar essa escassez, com previsões de secas mais frequentes e prolongadas. O uso intensivo de água num momento em que a comunidade global enfrenta a necessidade de adaptabilidade e sustentabilidade torna esta iniciativa ainda mais problemática. É uma contradição óbvia com as políticas ambientais que deveriam ser implementadas para mitigar os impactos climáticos.

A construção de um campo de golfe não afeta apenas o consumo de água. A destruição de habitats naturais, a possível contaminação do solo e dos lençóis freáticos devido ao uso de fertilizantes e pesticidas, e a alteração de ecossistemas frágeis são efeitos colaterais que não podem ser ignorados. A biodiversidade já está sob ameaça, a imposição de um projeto desta magnitude apenas agrava a situação.

Cuidado, passadas as eleições vem aí o ambiente para o encerramento de urgências à noite. Parece o ferry, até ao dia de precisarem e verem como somos encurralados por uma elite que vive noutro mundo.

Em vez de investir em infraestruturas que beneficiam apenas uma pequena elite, seria mais sensato priorizar projetos que favoreçam a conservação dos recursos naturais e o desenvolvimento sustentável. Em tempos de crise climática, a construção de campos de golfe não só é um desperdício de recursos, como também uma afronta ao compromisso que deveríamos ter com o futuro do planeta e das próximas gerações.

Repensar essa iniciativa e procurar alternativas que equilibrem o desenvolvimento económico com a preservação ambiental, garantindo que as necessidades da população e da natureza sejam priorizadas em detrimento de interesses de curto prazo.

Em vez de construir um campo de golfe, sr. Miguel Albuquerque, adapte-o a um parque ecológico que valorize a biodiversidade local, com trilhas para caminhadas, áreas de piquenique e espaços educativos sobre a fauna e flora da região. Este tipo de projeto exige menos manutenção de água e recursos, ao mesmo tempo que promove o ecoturismo e a conexão das pessoas com a natureza.

Além de ser uma alternativa de lazer para toda a população, estimula a conservação ambiental e oferece educação ambiental à comunidade local e visitantes.

Invista em práticas de agricultura regenerativa ou sistemas de agrofloresta, que promovem a recuperação do solo, aumentam a biodiversidade e requerem menos água do que cultivos convencionais. Essas iniciativas podem ser combinadas com visitas educacionais e turismo sustentável. Há uma melhor utilização da água disponível, incentivo à produção alimentar local sustentável, geração de empregos e proteção dos ecossistemas.

Construa um centro desportivo que promova uma variedade de atividades físicas, como futebol, basquete, ténis, entre outros, mas utilizando tecnologias sustentáveis (como gramados artificiais ou campos de baixa manutenção). É mais acessível à população em geral e oferece uma maior diversidade de atividades, sem a necessidade de grandes quantidades de água e manutenção constante, como seria o caso de um campo de golfe.

 Projetos que promovam a energia renovável, como parques solares ou eólicos. Estes projetos podem ser usados para educar sobre a transição energética, além de suprir as necessidades energéticas locais de forma limpa e sustentável. A EDP tem financiamento europeu para este fim.

Desenvolva  jardins botânicos de rosas que utilizem plantas nativas ou espécies xerófitas, adaptadas ao ambiente seco e que requerem pouca água. Estes jardins podem ser um local de educação sobre a flora local e a adaptação às mudanças climáticas. A recuperação de ecossistemas, a conservação de recursos hídricos e a melhoria da qualidade do solo e do ar. O roseiral poderia trazer-lhe bem estar.

Já ninguém o aguenta Miguel Albuquerque: memes. Figuras tristes por toda a internet, discurso de arrogância e não reconhecimento de erro. Faz tudo errado. E cada dia pior.

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 4 de Setembro de 2024
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