A s denúncias anónimas na política são frequentemente ridicularizadas, como se o facto de virem sem assinatura as tornasse automaticamente irrelevantes. É uma tentativa desgastada de desviar atenções, quase uma fórmula mágica: “se é anónimo, é porque não tem valor”. Mas a verdade é outra — denúncias anónimas não se transformam em investigação séria sem matéria de facto; e, quando o fazem, é porque há indícios fortes que sustentam essa necessidade.
No governo regional, no entanto, insiste-se em desviar o olhar e ridicularizar tudo o que surge de anónimo, como se a ausência de nome fosse um escudo que elimina a gravidade das suspeitas. Assistimos a discursos de desmentido como se bastasse um “não há nada a ver” para fechar o assunto. Mas os tribunais existem para investigar com seriedade, e não há microfone político que apague factos ou desmonte provas.
Agora, no meio de tantas denúncias, temos cinco arguidos e apenas os secretários são chamados a levantar a imunidade. Miguel Albuquerque afirma que quer “a verdade” – investiga, julga e até absolve em discursos públicos, mas, quando chega a hora de ele próprio se colocar à disposição da justiça, é sempre mais conveniente desaparecer. A política regional começa a parecer-se com um teatro onde o escrutínio é só uma promessa vazia.
E perante este cenário, talvez esteja na hora de a oposição abrir os olhos e aproveitar a moção do Chega para dizer “basta!”. Este governo, atolado em suspeitas e esquemas, precisa de uma revisão séria. Mandá-los para casa e começar de novo talvez seja o único caminho para restaurar alguma confiança pública. O povo, cansado de ver a mesma história repetida, merece uma política que o respeite – e uma oposição que saiba agir quando a situação exige firmeza.
Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 7 de Novembro de 2024
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