A Assembleia Legislativa da Madeira aprovou um voto de protesto contra a nomeação de arguidos em processos judiciais para cargos na administração pública. Da autoria da JPP, a iniciativa teve como alvo a recente nomeação por Rafaela Fernandes e Amílcar Gonçalves do arguido Bruno Freitas como assessor ao Conselho de Administração da ARM.
Este capítulo, digno de um melodrama ou comédia dramática, tem uma importância maior do que aquela que, à primeira vista, se poderá entender.
1. BANALIZAÇÃO DA JUSTIÇA: Rafaela Fernandes, que veio do SESARAM, e agora tutela a ARM, lembrou-se que a melhor forma de dar uma mãozinha ao seu amigo da área saúde desempregado por decisão do tribunal que o impediu de exercer um cargo público por suspeição de corrupção era na ARM. Albuquerque limita-se a assobiar para o lado. Já ninguém liga a tamanha insensatez.
2. Rafaela, em cumplicidade com Amílcar Gonçalves, sua parelha nos ainda pouco residentes apoiantes de um Albuquerque em agonia, decidem nomear Bruno Freitas para assessor da Administração da ARM, ou seja, de Amilcar e seus parceiros.
3. Nomeação discreta: Rafaela e Amílcar contavam passar despercebidos uma vez que as nomeações desses assessores de empresas públicas, apesar de ganharem mais do que diretores regionais, não são publicadas no jornal oficial da Madeira, pelo que ninguém iria saber. Falharam redondamente, por causa dos tempos que correm.
4. Grave por estarem a nomear para um alto cargo público, de uma empresa de setores essenciais ( águas e resíduos) um arguido por crime de corrupção, tendo sido o único que foi, por decisão da justiça impedido de exercer um cargo público. Outra falha grave de Rafaela, Amílcar e Albuquerque que parecem desrespeitarem de forma escandalosa o tribunal.
5. Agrava ainda mais o facto do cargo de assessor dado a Bruno Freitas já ter sido prometido por Rafaela Fernandes à ex presidente do IVBAM, Paula Jardim e que está já estava a exercer essas funções na ARM. O pior é que a situação gerou um mal estar porque só existe um lugar de assessor. E agora não sabem o que fazer a Paula Jardim.
5.O Grupo parlamentar do PSD envia mensagem de que Albuquerque deve deixar imediatamente o Governo. A abstenção da proposta da JPP representa o FIM da cobertura parlamentar do governo e da cumplicidade entre Jaime Filipe Ramos, Rafaela Fernandes, Pedro Ramos e Albuquerque. O grupo parlamentar do PSD ao afirmar que não aprova arguidos em cargos públicos diz que também não aprova um presidente e secretários regionais arguidos e, por outro lado, desaprova Rafaela Fernandes e Amílcar, este último que também é o presidente dos Trabalhadores Sociais Democratas. O mesmo em relação relação à abstenção da proposta PS para cumprimento dos prazos das listas de espera pelo SESARAM. A mensagem mais forte dos últimos tempos e a posição de força do grupo parlamentar contra um governo que indicou e teoricamente suporta. Ainda os veremos, em coerência, a votar em abstenção à moção de censura. O desmoronamento é assombroso e inevitável, por muito que Albuquerque tente disfarçar.
6. Albuquerque reage dizendo que "Não entrego o poder a incendiários" e "ganhei eleições". Estas afirmações assentam em dois pressupostos lunáticos e revelam o seu estado mental de alienação: o primeiro de que Albuquerque ainda teria algum poder, que não tem. Até Jaime Filipe Ramos e os deputados do PSD enviaram-lhe um enorme cartão amarelo. Segue-se o inevitável vermelho. Segundo, a arrepiante inconsciência de que o único incendiário é o próprio Albuquerque. Já parece aquele convidado penetra de uma festa que está bêbado e a incomodar toda a gente e todos o tentam por fora até ao limite em que, por unanimidade, já se discute, com pena e vergonha, quem o expulsará. E o coitado teima, na sua inconsciência de incapaz, de que está tudo bem.
7. Partido sequestrado : Albuquerque fez o que acusou Jardim de fazer em 2012. Acha-se aquilo que não é e nunca foi, qual promessa gorada. Refugia-se em eleições quando sabe perfeitamente que teve o pior resultado em 48 anos de hegemonia do PSD. Quem ganhou as eleições foram os créditos do PSD, das gerações que o construíram ao longo dos anos e é ofensivo não o reconhecer. Albuquerque é o arrogante lixo tóxico ou o lado mau que explica a descida, assustadora desde 2012. Albuquerque não ganhou eleições e muito menos agora . Se continuasse seria o coveiro do PSD. Todos os militantes já perceberam isso, mesmo os que têm cargos e que sabem que para os manterem terão que ter um partido forte sem Albuquerque e não persistir nesta instabilidade. Falta apenas o derradeiro ato : quem dá o chute final para fechar os cortinados desta peça teatral de terceira categoria. Albuquerque está cada vez mais isolado e em agonia final. É certo que é necessário estabilidade, mas todos já perceberam que essa só será conseguida com um novo governo, sempre sem Albuquerque e seus compinchas.
Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 22 de Novembro de 2024
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