N os últimos anos tenho dado um desconto às loucuras, bipolaridades e incongruências do cervejeiro reformado devido à sua já avançada idade. Coisas de “burro velho”, pensava, sempre que lia uma daquelas diarreias verbais que ele escreve para o diário, nas quais se auto-lambuza e reescreve a história política da Região nos seus termos, descrevendo, uma e outra vez, porque é que na sua humilde opinião é o melhor de todos. O mais conhecedor, viajado, ponderado, paciente, visionário, fazedor de pontes, inteligente... enfim, o cervejeiro tem-se em boa conta e faz questão de mostrar a todos que gosta muito... de si próprio. Alguns dos artigos são tão exagerados, tão descontextualizados e tão cheios de elogios a si mesmo que chegam a ter piada de tão ridículos que são. Nestes artigos, sempre que pode, chama os madeirenses de tolos em comparação com as grandes nações estrangeiras, dando exemplos do bom e do melhor que se faz “lá fora”, onde existem “outras mentalidades” comparativamente ao que existe na Região. Somos sempre todos tontos e tudo o que vem de fora é melhor com exceção, é claro, dele próprio.
O homem tem uma obsessão pelo Alberto João: não há vez que fale ou que escreva que não o vá buscar para lhe largar umas “bengaladas”, assim cuspindo no prato que lhe deu de comer, pois quem seria o cervejeiro hoje em dia se não fosse Alberto João? A memória é assim tão curta? Eu cá lembro-me de alguém que não levantava a voz diante do Alberto João, e muito menos ousava fazer-lhe frente... Lembro-me também de alguém que em 2014 levou um banho de humildade – que de nada serviu, como se vê – numas internas do PSD em que foi candidato. Nessas internas apresentou ideias geniais – certamente de influência estrangeira, como tanto gosta - como a redução do número de deputados (47 para 21) e do número de municípios por referendo regional... Para além desta genialidade – e no meio de uma data de chavões e afirmações genéricas e vazias – ainda lançou a ideia abstrata de criação de um “regime fiscal próprio”. Um visionário... Pena o banho de realidade que levou dos próprios companheiros... Mas outros tempos, é claro! Já ninguém se lembra e agora ele vai reescrevendo a história política à sua maneira, um artigo de cada vez.
Quando Manuel António finalmente avançou, andava por aí a espalhar à boca pequena que ele seria o futuro e que o tempo do Miguel tinha acabado. Que o PSD estava numa desgraça e que era preciso mudar de liderança. Manuel António não era perfeito, mas podia ser solução. Depois, do nada – com quem será que falou? - mudou de opinião e afinal o Miguel é de longe o melhor e o mais bem preparado e o PSD, afinal, está perfeito. Manuel António, agora, é que é mau e está – veja-se a ironia – a cuspir no prato que lhe deu de comer.
Como é soberbo e tem a mania que é melhor e mais inteligente e que pode dizer tudo a todos sem ter de ouvir resposta, vai dizendo aos berros – será que já tem problemas de audição devido à idade? - tudo o que lhe apetece com a brutidão, estilo brejeiro e a falta de educação que já lhe são associadas há muito. No meio dos disparates que vai dizendo, num programa de rádio distraiu-se na soberba e disse que o PSD ia “inventar” alguma coisa para indeferir o requerimento do Manuel António.
Infelizmente, disse a verdade. Mas desta vez os Patrões dele no PSD não acharam piada (precisamente por ser verdade).
Desde esse momento que sente que tem de mostrar serviço ao Patrão (Miguel), que anda paranóico por estes dias. É por isso que agora ataca Manuel António abertamente. Será que quando este PSD tiver rebentado tudo o que ainda resta, também vai andar a escrever artigos para reescrever a história destes tempos, desta vez apagando o facto de ser cúmplice e serviçal de tudo o que está a acontecer?
Quando li o artigo da “bengalada” no Manuel António fiquei incrédula por ver alguém naquela fase da vida a prestar-se àqueles serviços... Mas como o testa de ferro não sabe escrever tem de ser ele próprio a fazê-lo, imagino.
A sorte dele é que os da sua geração já não têm pachorra para a política ou já morreram, caso contrário muito teriam para contar. Mas ainda há uns poucos que se lembram das trafulhices, argoladas e jogadas que foram feitas noutros tempos políticos.
A amiga da esquina
Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 16 de Janeiro de 2025
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