No palco raso da política errante,
dança um príncipe sem coroa, sem norte,
cozendo promessas em lume brando,
estendendo-se em ferros, forçando a sorte.
Pode vestir-se de cozinheiro,
ser pianista ou atlético exemplar,
mas não passa de um jogo teatral,
uma ilusão para o povo enganar.
Canta sem ritmo, declama sem fôlego,
um verso perdido num mar de ruído,
melodias gastas, desafinadas,
como quem crê que o tom é ouvido.
Mas o povo não esquece os bastidores,
nem os jogos sujos do poder,
não esquece a arrogância fria
com que é mandado emudecer.
Faz-se de povo sem nunca descer,
reina no nada, num teatro vazio,
como Antoinette, servindo banquetes,
enquanto a fome constrói o seu frio.
E quando as cortinas, por fim, caírem,
e a peça perder o seu falso esplendor,
restará apenas um eco distante,
o aplauso ausente, o palco sem cor.
Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025
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