N o congresso do Partido Socialista Miguel Silva Gouveia voltou à conversa do costume, lamentando os supostos “muitos socialistas válidos que estão afastados do congresso e do partido”. Já cansa! Gosto do Miguel Silva e acho que é provavelmente um dos quadro mais competentes no partido, por isso estou perfeitamente à vontade pois não faço parte da ala cafofoniana, mas esta conversa já está ultrapassada.
Quem são estes “muitos socialistas válidos” que estão sempre a falar? Se formos objetivamente analisar os quadros atuais nunca o Partido Socialista teve quadros mais qualificados do que no dia de hoje, basta, aliás, constatar a quantidade de pessoas vindas diretamente da Universidade que se encontram em órgãos do partido ou próximos do núcleo duro do partido. Diria, até, nunca o partido esteve tão aberto à sociedade civil.
Na verdade, o que está em causa não é a inclusão de quadros mais qualificados ou válidos ou abrir a porta a “pessoas novas” como se tenta passar, pelo contrário! A premissa é falsa. O que se pretende (e que Miguel Silva pretende com este discurso) é incluir nos órgãos de poder do partido duas ou três pessoas (sim, não são “muitos”, nem sequer “alguns”) que estão sobre-representados no espaço mediático e que correspondem aos fiéis da retórica anti-cafofo.
Como se sabe, os lugares de decisão são limitados e tem de haver escolhas. Uns são escolhidos e outros ficam de fora, como em todos os partidos, como em qualquer democracia. É perfeitamente natural que Cafofo queira no partido e num futuro governo (como qualquer governante o faz) pessoas em quem confia, a noção de que este modus operandi é anti-democrática ou revela pouca abertura só porque estas duas ou três pessoas não fazem parte deste leque é absurda e resume-se unicamente à ambição pessoal que estas pessoas têm.
Pior ainda, esta sobre-representação no espaço mediático faz transparecer que existe uma “ala” opositora a Cafofo dentro do partido quando na verdade correspondem a uma percentagem ínfima dos militantes sem qualquer relevância percentual (espaço esse concedido, precisamente, pelos meios de comunicação controlados pelo PSD que têm interesse em promover estas pessoas para enfraquecer a atual liderança e o partido a longo prazo). Será que os próprios não estranham terem mais espaço mediático do que o atual grupo parlamentar ou do que o próprio Paulo Cafofo (não me digam que acreditam que é pelas suas qualidades pessoais)? Será que não se apercebem (nem sequer infinitamente) de que são responsáveis pela queda na opinião pública do partido socialista depois de 2019? Em que planeta vivem?
Se pelo menos estas fossem dotadas de um especial intelecto, com um percurso profissional invejável ainda se perceberia alguma crítica. Mas o que se revela é precisamente o contrário, se isto fosse um jogo de futebol baseado na competência a verdade é que os “supostos socialistas válidos” não teriam lugar nem no 11, nem no banco de suplentes do partido. Vivem unicamente do espaço mediático que lhes traz serem anti-cafofo e apoiantes de uma pessoa (essa sim) com relevância e competência demonstrada, Miguel Silva. Não se confunda o trigo com o joio. E que Miguel Silva comece a abrir os olhos e que deixa de ser uma marionete refém de uma elite que quer controlar o partido.
Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 22 de fevereiro de 2025
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