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Solução |
N o passado dia 20 de março de 2025, por volta das 10h30, vivi uma situação que resume perfeitamente a decadência do atendimento hoteleiro na Madeira. Cheguei ao Hotel Savoy Palace para buscar uma pessoa e, ao chegar à receção, fui imediatamente alvo de uma abordagem hostil por parte dos porteiros do hotel.
Dois funcionários com uma cartola ridícula, sem sequer tentarem perceber o motivo da minha paragem, começaram a fazer gestos agressivos, como se fossem agentes de trânsito, mandando-me abrandar de forma autoritária e desrespeitosa. Essa atitude tornou-se ainda mais hostil, quando foi acompanhada de sinais e comentários que não deveriam ter lugar num espaço que se diz de excelência.
Esta é a realidade do turismo na Madeira em 2025: os locais são tratados como intrusos, enquanto os turistas são recebidos com tapete vermelho. Parece que os hotéis esqueceram que a hospitalidade deve começar em casa. Mas talvez não seja surpresa, já que falamos de um empreendimento do senhor Avelino Farinha, onde o que importa não é a qualidade do serviço, mas sim a segregação entre quem gasta dinheiro e quem não lhes interessa.
O que aconteceu hoje não é um caso isolado. Os madeirenses deixaram de frequentar hotéis porque a hospitalidade que recebem não é a mesma que se dá a um turista alemão ou inglês. Antigamente, os espaços hoteleiros eram também pontos de encontro para a comunidade, onde se ia ouvir música, socializar e sentir que a Madeira era uma terra de todos. Hoje, são fortalezas para o turismo, onde os locais são olhados de lado, como se não pertencessem ali.
É esta a formação que temos? É esta a visão de hospitalidade que queremos para a nossa terra? A Madeira está a tornar-se um postal bonito, mas vazio de alma, onde os próprios madeirenses são tratados como cidadãos de segunda dentro da sua própria ilha.
Isto é uma vergonha, e é por isso que esta queixa seguirá para a DECO e Direção Regional do Turismo. Não para esperar mudanças imediatas – porque sabemos como estas empresas protegem os seus interesses – mas para registar a forma como a nossa identidade está a ser sistematicamente apagada daquilo que, ironicamente, se diz ser a "indústria da hospitalidade".
Nota do MO: autor, temos recebido queixas que pedem para não publicar com essa forma de hostilidade, "xenofobia" e de entendimento de intrusão. Nós próprios, nesta plataforma, já o sentimos. Noutra cadeia de hotéis madeirense. Se assim é com clientes, deduz-se com os funcionários que se queixam por estas páginas. A nova Madeira velha está aí.
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