A massificação do turismo não interessa ao madeirense, não compensa, somos desvalorizados como o elo mais fraco da equação, encarece o custo de vida, enche as vias, lota os nossos lugares, empola os custos de habitação, inferniza, etc.
A história repete-se. Mais músicos despedidos nas últimas semanas sem explicação. Mais uma prova de que na hotelaria da Madeira, o mérito, o talento e a dedicação valem pouco ou nada. O que conta são os interesses, os jogos de bastidores e a velha panelinha de sempre que decide, de copo na mão, quem sobe e quem desce, quem trabalha e quem desaparece.
Os hotéis, esses grandes bastiões do turismo madeirense, continuam a tratar os trabalhadores como peças descartáveis. São contratos fantasmas, pagamentos tardios (ou inexistentes), falsas promessas e, quando menos esperam, um chute para fora sem aviso prévio. As pessoas têm contas para pagar, rendas para cobrir, famílias para sustentar. Mas quem decide os destinos desta gente está pouco preocupado com isso. Para eles, quem trabalha é apenas uma nota de rodapé nas contas da empresa.
E depois vêm os discursos de fachada sobre a valorização dos profissionais locais. Mas na prática, a hotelaria continua refém dos mesmos nomes, das mesmas figuras protegidas que, alguns há décadas, giram à volta do mesmo eixo, fechando portas a quem ousa questionar ou simplesmente existir.
Dizem que vivemos numa meritocracia, onde o talento e o esforço são recompensados. Mas na hotelaria madeirense, essa "meritocracia" não passa de um conceito vago, um mito conveniente para quem já está instalado no topo. Curiosamente, muitos dos que mais falam de meritocracia nos cafés e no Facebook são os que menos precisaram dela. Porque a sua "ascensão" já vinha garantida de de favores certos ou das amizades bem escolhidas. Para esses, a meritocracia é só um discurso bonito que justifica a manutenção do status quo.
E há ainda aqueles que, privilegiados pelo sistema, adoram repetir que estão ali "pelo talento e pelo mérito". Mentira. Se fosse só por aí, muita tinta teria de correr. Mas não corre, porque o critério nunca foi esse. O critério é outro, e todos sabemos qual é.
Não é coincidência. É um sistema podre que se perpetua porque ninguém mete um travão. E enquanto uns continuam a ser descartados sem explicação, outros gozam, porque sabem estar no sítio certo, com as pessoas certas.
Até quando?
Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 11 de março de 2025
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