É lvio Sousa já reconheceu que o partido não tem os mesmos quadros do PSD (como é perfeitamente natural quando o partido de governo governa há mais de quarenta anos) e que vai promover uma “frente cívica” para governar caso seja governo, com pessoas vindas de vários partidos e de fora dos partidos. Contrariamente a muitos que acham que isto pode significar uma pior governação, com a desculpa da falta de experiência, acho que poderá ser precisamente o contrário. Poderá ser uma oportunidade para fazer as reformas que a Madeira realmente precisa na administração pública, limpar a “coisa” nos próximos quatro anos e a partir daí abrir um novo caminho, já com os partidos ditos tradicionais.
Todos sabemos que são centenas ou mesmo milhares os funcionários públicos que sentem que, por mais que se esforcem, por mais que se formem ou por mais conhecimento que tenham serão sempre ultrapassados pelos que caminham nas fileiras do partido de bandeira levantada, os bajuladores que fazem posts a defender o indefensável, os que conhecem x ou y no partido, até mesmo pelos jotinhas que trepam nas cadeias da administração. Com o PSD de Albuquerque e de Jaime Ramos serão sempre esses os escolhidos para ocupar os lugares mais altos, ainda que na maioria das vezes não sejam minimamente competentes. Os competentes ficam para trás, são condicionados na sua carreira, no seu percurso e nos projetos que querem desenvolver, tudo em nome de “um bem maior”, o partido, o interesse do partido. Até que, cientes de que não têm outra alternativa para a progressão da sua carreira, lá acabam por se converter ao albuquerquismo - se não consegues derrotá-los, junta-te a eles.
Como se isto não bastasse, os detentores destes lugares de topo guardam interiormente uma síndrome de impostor, um rancor interno por saberem que a maioria das chefias intermédias os ultrapassa largamente do ponto de vista técnico e intelectual. Por isso muitos vingam-se, perseguem, manipulam através das avaliações, condicionando a progressão de carreira, aí também, a quem os apoia e os bajula. Isto tudo é um ciclo vicioso que vai desde a base até ao topo, e que serve para sustentar uma máquina em ruína por mais uma eleição, “é só mais desta vez”, nunca é.
A única forma de quebrar o ciclo é fazer o contrário. Estou ciente de que o JPP saberá disso melhor do que ninguém e não é por acaso que muitas chefias intermédias, muitas das quais com o cartão de militante do PSD, esperam por uma vitória do JPP. A maior crítica que fazem a este partido é a de “não ter quadros”, assim comecei este texto por dizê-lo. Será mesmo que não tem? Eu digo o contrário. O JPP tem à disposição os melhores quadros que o PSD jamais ousou promover porque não era isso que importava, porque isso seria contrário aos interesses das concelhias e das trocas de favor.
A verdade é que o JPP tem à disposição um exército de funcionários públicos, chefias intermédias, diretores de serviço, chefes de divisão, técnicos, uns humilhados, outros condicionados, outros postos de parte, quase todos nunca valorizados. Todos prontos para uma melhor administração do que aquela que existiu desde que Miguel Albuquerque se tornou presidente do governo.
Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 14 de março de 2025
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