Resposta ao "Clube Privado dos intocáveis": a hotelaria madeirense no limbo


L i com atenção o texto anterior sobre a hotelaria madeirense, e não há como discordar: a realidade é esta. Durante anos, acreditamos que o setor hoteleiro da Madeira era um bastião de profissionalismo e excelência. Já tivemos diretores que sabiam distinguir qualidade de compadrio, músicos que eram respeitados e contratos que eram honrados. Mas esse tempo passou. O que temos agora? Um cenário onde os que realmente trabalham são descartados, enquanto uma minoria privilegiada decide quem entra e quem sai – e nem sempre com critérios que tenham a ver com talento ou mérito.

A hotelaria madeirense ainda se mantém de pé, mas internamente está podre. Está num limbo, numa zona cinzenta, onde a fachada de luxo esconde abusos laborais, despedimentos sem critério e movimentações financeiras duvidosas. O que se passa na hotelaria não é só um problema de favoritismo ou de escolhas duvidosas. É um problema profundo, estrutural, e que toca em algo ainda mais grave: negócios financeiros pouco claros, até esquemas onde a música serve de fachada para interesses que nada têm a ver com arte ou entretenimento. As carreiras de muitos músicos são decididas à mesa de um jantar, não com base no seu talento, mas na proximidade a certos "decisores". E não é segredo que, por trás de algumas destas escolhas, há fluxos de dinheiro cuja origem e destino mereciam um olhar mais atento.

E aqui entramos numa questão ainda mais delicada. Porque não estamos só a falar de favoritismo ou de círculos fechados de influência. Há negócios por trás disto que vão muito além da simples escolha de um músico para tocar num hotel. Há movimentações financeiras que ninguém questiona, artistas que, curiosamente, conseguem sempre garantir espaço nos mesmos locais, com acordos que ninguém consegue explicar. Alguns responsáveis de hotelaria não são apenas responsáveis por programações – estão envolvidos em esquemas onde a música serve de cortina de fumo para transações bem mais obscuras. E não são apenas favores e preferências. Falamos de algo mais sério: até lavagens de dinheiro, onde determinados artistas e certas figuras ligadas à parte financeira dos hotéis encontram uma forma conveniente de manter o seu pequeno império intocável.

E quem paga o preço? Os trabalhadores. Os músicos que vivem do seu ofício, que precisam de um salário justo para pagar as contas, que merecem respeito pelo seu trabalho. Estes são os que são descartados sem explicação, os que veem o seu lugar tomado por aqueles que fazem parte do jogo de interesses.

Isto já passou de um simples problema de gestão. Está na hora de uma inspeção séria. Está na hora de alguém cair em cima desta vergonha, de pressionar, de expor o que realmente acontece nos bastidores da hotelaria madeirense. Porque se ninguém fizer nada, a cultura, a música e o sustento de muitas pessoas continuarão a ser pisados por aqueles que se julgam donos deste monopólio.

E se há quem pense que isto vai continuar assim para sempre… talvez seja melhor começar a preparar-se. Porque a verdade tem uma maneira engraçada de vir à tona.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 11 de março de 2025
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