O futuro é cimento. A pérola do cimento. O madeirense quer e aprova.


Imagem retirada da notícia do JM, que saúdo por saber estar com a opinião,
ao contrário do DN e da ASS-PRESS.

A maioria dos madeirenses viabilizam por interesses e por votos, é este o caminho, a destruição do património natural, classificado e arquitetónico. Não são só os governantes, os madeirenses, na sua maioria aprovam estes abates. O futuro será negro, mas não é preciso ter pena, cada um constrói com a inteligência que tem!

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N a Região Autónoma da Madeira, tem-se verificado uma preocupante tendência para o abate de árvores classificadas, frequentemente justificado pela realização de obras públicas ou privadas. Apesar da existência de legislação que visa proteger o património natural, nomeadamente árvores centenárias ou de espécies raras, a sua aplicação revela-se frágil perante os interesses de promotores imobiliários e construtores civis com influência junto das autarquias.

Em muitas situações, árvores com valor ecológico, histórico ou paisagístico são removidas sob pretextos pouco claros, como "questões de segurança", "reordenamento urbanístico" ou "dificuldades técnicas" no decorrer das obras. No entanto, estes argumentos muitas vezes escondem uma realidade onde o lucro imediato se sobrepõe à preservação do património natural. A pressão do setor da construção, aliado a um planeamento urbano por vezes permissivo e a mando, resulta numa perda silenciosa, mas constante, do legado natural da ilha. As nossas referências.

Esta prática levanta sérias questões sobre a transparência dos processos de decisão nas autarquias madeirenses. Muitos cidadãos e associações ambientais denunciam a falta de consulta pública e o incumprimento dos pareceres técnicos que recomendariam a preservação das árvores. O que deveria ser exceção torna-se regra: a facilidade com que se obtêm autorizações para o abate é alarmante. Por vezes é à "socapa" e depois surge o perdão ou o esquecimento. Há obras na Madeira que são iniciadas sem licenças por costas largas de alguns promotores. Sou conhecedor de dois casos.

É essencial reforçar os mecanismos de fiscalização e responsabilização, garantir a independência das decisões técnicas face aos interesses económicos e promover uma cultura de valorização do património natural. A Madeira, conhecida mundialmente pela sua exuberante paisagem e biodiversidade única, não pode continuar a ceder terreno aos interesses de curto prazo. Preservar as árvores classificadas não é um entrave ao desenvolvimento, é um compromisso com a sustentabilidade, a memória coletiva e a identidade da região.

Para além da destruição do património natural, a Madeira enfrenta também uma crescente e preocupante perda do seu património arquitetónico secular. Vivendas antigas, quintinhas tradicionais e imóveis com grande valor histórico e cultural estão a ser abatidos ou profundamente descaracterizados para dar lugar a empreendimentos modernos, muitas vezes desenraizados da identidade madeirense e construídos à pressa para servir interesses imobiliários de curto prazo.

Estas casas, muitas delas do século XIX e início do século XX, fazem parte da malha afetiva e visual da ilha. São testemunhos silenciosos da história da região, da sua relação com a terra, da arquitetura vernacular adaptada ao clima e ao relevo únicos da Madeira. No entanto, esses valores parecem não pesar face à especulação imobiliária e à pressão urbanística. A Justiça não castiga e o eleitor também não, porque na política só andam vassalos.

Em nome de uma “modernidade” mal entendida, quintinhas rodeadas de jardins antigos, azulejos pintados à mão, varandas de ferro forjado, escadarias em pedra e elementos arquitetónicos únicos estão a ser destruídos. Muitas destas intervenções acontecem com a complacência, ou mesmo com a conivência, das autarquias, que flexibilizam regras e aprovam projetos sem um verdadeiro crivo patrimonial.

Esta tendência não apenas empobrece o valor cultural e turístico da região, como também contribui para a homogeneização da paisagem urbana, tornando-a indistinta de qualquer outra cidade sem identidade. A descaracterização de bairros inteiros, a substituição de vivendas por blocos de apartamentos, a mistura entre eles e a perda de espaços verdes privados afeta profundamente a qualidade de vida dos residentes.

Urge travar esta degradação sistemática. É necessário implementar um plano rigoroso de inventariação, proteção e recuperação do património edificado, com incentivos à reabilitação e não à destruição. As vivendas e quintinhas madeirenses devem ser vistas como ativos, não obstáculos. Preservar a alma arquitetónica da Madeira é garantir que o desenvolvimento não anule a história, mas que a integre e a valorize.

Os eleitores elegem os tapetes da construção e da oligarquia. "Força" nessa destruição! Não esquecer do turismo de massas, overtourism, e da sua selvajaria ... como no Fanal. "Força" nessa destruição! A Pérola do Cimento será um futuro negro a par das alterações climáticas.

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