A s comemorações dos 50 anos da Autonomia trouxeram um concerto inaugural protagonizado pela Orquestra Clássica da Madeira e um grupo de artistas convidados. Tudo pareceria adequado à celebração da cultura madeirense, não fosse o facto de, mais uma vez, a escolha dos solistas cair sobre os mesmos de sempre.
Os NAPA ganharam o Festival da Canção. Estão na moda. Até se entende. Agora, os outros? Há algumas galinhas velhas de cair duras. Uma delas, está ali por ser filha de quem é, por ter o apelido que tem. A insistência em certos nomes é inacreditável, mas previsível. Têm o apoio de um regime. E, muito provavelmente, estarão na próxima entrevista ao lado do sr. presidente.
Não é a primeira vez que isto acontece. Há sempre uma tendência para alguns nomes que nunca saem do cardápio. Ou melhor, um conjunto de nomes que parecem estar eternamente na lista da Orquestra, enquanto outros artistas, igualmente talentosos, nunca chegam a ter a mesma oportunidade.
Quem decide estas escolhas? Será o diretor artístico? Será o maestro? Quem será?
Não se questiona aqui a qualidade dos intérpretes escolhidos, isso daria outra conversa. O problema está na falta de diversidade e na constante reciclagem dos mesmos artistas, ignorando um vasto leque de talentos. Mas talvez a questão vá além da simples escolha dos cantores. Talvez haja aqui a mão do maestro que, além de reger, também toca a corneta, decidindo quem entra e quem fica de fora.
E o diretor artístico? Está a decidir ou só a carimbar escolhas já feitas?
A cultura madeirense não se constrói com meia dúzia de nomes fixos. Se a Autonomia significa liberdade e pluralidade, então é hora de abrir espaço a novos intérpretes, sem favoritismos, sem esquemas de bastidores e sem cardápios onde só figuram os mesmos pratos requentados de sempre.
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