Abertura e Justificação
C onforme prometido no texto “Andebol na Madeira: o futuro está em jogo” (link), aqui está o plano alternativo para a época 2025/2026 — uma proposta realista, mas ambiciosa, nascida da convicção de que o andebol madeirense pode (e deve) aspirar a mais.
Após uma análise detalhada do Plano de Atividades da Associação de Andebol da Madeira (AAM) para 2024/2025, reconhece-se o esforço e dedicação de todos os envolvidos na sustentação da modalidade num contexto económico e social desafiante. No entanto, torna-se evidente que o modelo atual, embora funcional, carece de visão estratégica, descentralização territorial efetiva e de um plano de longo prazo que prepare verdadeiramente o futuro.
Com total respeito pelas estruturas existentes, apresento este Plano Alternativo, assente numa análise crítica, numa perspetiva inovadora e numa ambição clara: reposicionar o andebol madeirense como uma referência atlântica — do miniandebol ao alto rendimento, do Porto Moniz ao Caniçal.
Plano Estratégico Alternativo – 2025/2026
Eixos de Ação
1. Formação Técnica e Humana
- Criação de um Programa de Mentoria e Capacitação Contínua para treinadores, com certificação modular e intercâmbio inter-regional.
- Formação de dirigentes e coordenadores técnicos com foco em gestão moderna e liderança colaborativa.
- Introdução de formação ética e comportamental transversal a todos os escalões.
2. Arbitragem com Prestígio
- Lançamento do programa “Arbitragem+”: recrutamento alargado, incentivos à progressão e observação externa neutra.
- Criação de um sistema digital de feedback pedagógico para árbitros.
- Sessões mensais de debriefing técnico com árbitros, treinadores e atletas.
3. Territorialização e Descentralização Real
- Apoio à criação de clubes-polo em zonas com fraca presença (São Vicente, Calheta, Porto Moniz, Machico interior).
- Oferta de equipamentos e formação técnica inicial gratuita a escolas e coletividades.
- Criação da Taça dos Concelhos, com rotatividade de sede e transmissão local.
4. Andebol Feminino com Visibilidade
Plano de desenvolvimento feminino “Atlântida”, com metas claras:
- Aumento de 30% nas atletas federadas até 2027.
- Criação de uma seleção regional feminina sub-18 para torneios nacionais.
- Campanhas escolares exclusivas para o recrutamento feminino.
- Bolsas de apoio para treinadoras e árbitras.
5. Comunicação e Marca
- Reformulação da identidade visual da AAM: novo logótipo, slogan e presença digital.
- Lançamento da série documental “Alma de Andebol”, com bastidores e histórias inspiradoras.
- Parcerias com rádios, jornais digitais e influencers regionais.
- Transmissão online dos principais jogos e torneios, com modelo low-cost.
6. Talento e Alto Rendimento
- Programa “Andebol Atlântico”: identificação precoce de talento em todos os concelhos, com treino técnico e apoio psicológico.
- Estágios técnicos mensais em formato de Centro Itinerante de Alto Rendimento.
- Intercâmbios com clubes do continente e das ilhas.
7. Reforma Disciplinar e Ética Desportiva
- O regulamento disciplinar da AAM carece de atualização. A atual abordagem, excessivamente punitiva, compromete o crescimento e a motivação dos jovens atletas.
- Revisão completa do regulamento, com participação ativa de clubes, atletas e treinadores.
- Substituição do modelo punitivo por um modelo pedagógico e restaurativo.
- Criação da figura do Provedor do Atleta, independente e mediador.
- Formação obrigatória para dirigentes e técnicos em ética, pedagogia e justiça juvenil.
- Garantia de audiência e contraditório em todos os processos.
- Suspensões apenas em casos de conduta grave e reiterada, privilegiando sempre medidas educativas.
Metas Concretas para 2025/2026
- +3 clubes ativos fora da zona Funchal–Câmara de Lobos
- +30% de árbitros em formação
- +25% de atletas femininas
- 10 polos escolares de miniandebol em zonas rurais
- 5 jogos semanais transmitidos online
- 1 seleção regional feminina sub-18 criada
- 1 festival anual do andebol com clubes, escolas e famílias
Financiamento e Sustentabilidade
- Candidaturas da AAM a fundos PRR, Erasmus+ e programas europeus de desporto
- Parcerias com empresas locais (transporte, hotelaria, tecnologia)
- Criação de um Plano de Mecenato Desportivo, com incentivos fiscais para empresas
Avaliação e Transparência
- Relatórios semestrais públicos com indicadores e metas
- Criação de um Conselho Consultivo Independente, com representantes dos clubes, atletas e comunidade escolar
- Questionários anuais de satisfação para todos os intervenientes
Conclusão
O andebol da Madeira precisa de um novo ciclo. Esta proposta é um ponto de partida sólido para 2025/2026. Com mais justiça, mais descentralização, mais feminino, mais moderno.
Um andebol com raízes. E com asas. A Madeira merece. Os seus jovens também.
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