Os destruidores da Madeira: Miguel Albuquerque, Pedro Calado e Eduardo Jesus.


U ma ilha encantada, coberta de verdejantes montanhas, mares cristalinos e uma cultura rica que florescia entre vales. Até que um dia chegaram os três Destruidores da Madeira, cada um com o seu plano infalível para garantir que o arquipélago nunca mais fosse o mesmo.

Primeiro Ato, seletor de talentos

Miguel Albuquerque, também conhecido como o ‘pianista', é um verdadeiro especialista em escolher a pessoa certa para o cargo errado. Dotado de um talento inato para identificar o incompetente perfeito, Albuquerque sempre garantiu que ninguém na sua equipa ofuscasse o seu brilho. E, quando não estava ocupado a encher os corredores do poder com os mais distraídos servidores públicos, supostamente dedicava-se à nobre arte de fazer alegadamente fazer desaparecer verbas públicas, um truque digno de um verdadeiro ilusionista orçamental.

Segundo Ato, o mestre do betão

Pedro Calado, o ‘Arquitetador de Concretos’, decidiu que a Madeira tinha natureza demais para o seu gosto. Assim, com a precisão de um escultor sem vocação, substituiu árvores por torres e riachos por estacionamentos. O verde foi trocado pelo cinza numa sinfonia de betão que faz qualquer urbanista tradicional chorar. Como se não bastasse, o nosso mestre construtor agora também protagoniza seu próprio drama judicial, como arguido de um enredo que promete tantos capítulos quanto os blocos que empilhou pelo arquipélago.

Terceiro Ato, o Turismólogo do caos

E então veio Eduardo Jesus, um homem que viu na Madeira não apenas uma ilha, mas um estacionamento internacional. Visionário do turismo, acreditava que 300 licenças para rent-a-car resolveriam todos os problemas, exceto talvez a falta de estradas para tanto carro. A fauna e a flora? Ora, que se cuidem! A verdadeira espécie a preservar, segundo ele, são os turistas e seus veículos alugados, vagando como nómadas modernos em busca de um lugar para estacionar.

Jesus parece estar a cogitar abrir uma linha de cruzeiros que atracariam diretamente nos estacionamentos, garantindo que os turistas pudessem sair do barco já com o volante nas mãos.

A Madeira reinventou-se, não como a pérola do Atlântico, mas como a comédia da gestão pública.


Nota do MO: "uma linha de cruzeiros que atracariam diretamente nos estacionamentos, garantindo que os turistas pudessem sair do barco já com o volante nas mãos". Chama-se ferry...

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