... ou “dos Arquivos, Bibliotecas e do Livro”, expressão tão vaga quanto inútil
A tragédia administrativa da DRABL prossegue em plena luz do dia, sob um manto de hipocrisia e omissões criminosas. Esta instituição, que em teoria deveria ser guardiã do património documental da Madeira, transformou-se num antro de aldrabices refinadas e balelas requintadas, embaladas com uma comunicação social domesticada — ou melhor, enfeitiçada — pelo discurso oficial.
No centro deste teatro de mentiras está o nosso herói trágico, o Dr. Nuno Motoqueiro: um mestre em narrativas de fachada, somador profissional de lérias e protetor das aparências enquanto o navio afunda. A sua especialidade? Decorar falácias para alimentar a máquina de propaganda encabeçada pelo sempre fiel dicionarista de chulices, Eduardo Jesus, que se esmera em salvar o que resta de uma instituição moribunda. A mais recente pérola foi despejada pelo Funchal Notícias:
Mas a verdade, essa incómoda senhora, não se deixa enganar por versões polidas. Vamos ao essencial porque o circo está montado e o público merece perguntas:
❶ Como é que chove dentro do oitavo andar — o depósito da biblioteca?
Sim, leram bem: chove dentro.
E a Diretora de Serviços, Dra. Helena Camacho, assiste quieta, cúmplice ou submissa, à dilapidação de um património doado e do depósito legal, que virou nada mais do que uma bacia de retenção de águas pluviais. Queixas e fotografias são ignoradas, como se a degradação fosse a política oficial da casa.
❷ Que fim levou o Registo Memória do Mundo das Vereações da Câmara Municipal do Funchal, tão propagandeado para inglês ver?
Spoiler: desapareceu no ar, tal como as ideias do Moteiro. O homem não tem criatividade própria nem força para concluir uma única iniciativa. É um Topo Gigio ressabiado, obcecado com o próprio reflexo, especialista em show off vazio, mestre das aparências — mas incapaz de produzir algo que mereça uma dissertação, quanto mais um legado. Non capisco?
❸ A DRABL está num estado lastimável, físico e ético.
- Pintura a descair, digna de instalação artística pós-apocalíptica. Talvez seja melhor contratar um Alexandre Farto! Melhor não, não vá por as ventas do motoqueiro!
- Estacionamento um caos, salvo para o exclusivo lugar de Motoqueiro, que julga estar numa embaixada. Precisa de pedir emprestado o CC à monárquica Maria Paredes!
- Elevador avariado há meio ano, porque subir na hierarquia é mais fácil do que fazer funcionar um simples aparelho.
- Uma botija de azoto explodiu — ou quase — e o caso foi abafado com a eficiência habitual da casa. Recordam-se quando a explosão anterior levou à saída de Luís Miguel Jardim? Agora? Nem um sussurro.
❹ Ambiente interno? Tóxico é elogio.
Motoqueiro, isolado no seu gabinete, ignorando colegas, brinca com o silêncio e manda nivelar tudo por baixo nas avaliações SIADAP II e III, numa estratégia clara para premiar a incompetência e punir o mérito.
No meio deste cenário, Natércia Gouveia destaca-se — não pela competência, mas por um desdém autoritário, humilhando colegas e estagiários do IEM com a arrogância de quem nunca foi responsabilizada. Sindicâncias? Coragem? Aqui? Nem pensar.
❺ E os 20.000 euros que um funcionário cafofiano desviou durante o reinado de Fátima Barrosa e Motoqueiro?
Como por magia, evaporaram-se.
Nem sindicância, nem investigação da PJ, nem um único pingo de transparência. A notícia publicada no Agora Madeira morreu numa cova funda de silêncio, quiçás arquivada nas estantes do esquecimento da DRABL, enquanto o responsável por estas bandas viaja pelo mundo à sombra da ilegalidade, sem concurso público nem explicações. Alguém sabe? Alguém quer saber? Parece que não. Spoiler alert: estão a ser investigados no gabinete do secretário regional onde pôde praticar, muito provavelmente, o seu extenso vocabulário de jargoneiro chulo.
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Poderia ser um espetáculo de comédia — se não fosse uma tragédia que devora o património e a dignidade da Madeira. Os documentos da "Autonomuíe" estão lá mas sem acesso. A DRABL não passa hoje de um palco de vaidades estéreis, onde figurantes se entretêm a tapar buracos enquanto tudo ruge à volta e tudo mela de foxing.
Conheço gente infinitamente mais competente, discreta e mais qualificada do que este nosso Motoqueiro de araque — mas, claro, esses coitados nunca seriam as pupilas do jargonista malcriado que se pavoneia como se fosse o dono absoluto da Cultura. É alguém que mais depressa diz "Vai prò c*r*alho" (secretaria do malcriado) do que dizer "Bom dia". Não querem, pois não? Nem sequer lhes passam pela cabeça fazer sombra a tanta vaidade vazia e falta de substância. Deve ser um martírio para eles verem esta comédia de incompetência a reinar, enquanto o verdadeiro talento se resigna ao silêncio e ao trabalho de bastidor, a tentar a segurar, como podem, a reputação da instituição. Pobres almas, condenadas a assistir à tragédia de ver o barco a afundar comandado por quem só sabe fazer pose. E ainda há quem aplauda… incompreensível.
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