O MediaRAM na prática paga a entrevista.


Jornalismo como Música Pedida paga pelo erário público.

A normalização da promiscuidade gera cegueira geral, e o jornalismo esquece que o seu papel isento está lavrado na lei, conjunto de proteções legais ao editorial e no código deontológico. Acabo de ouvir um programa na Antena um que todos deveriam ouvir. Depois de escrever vou procurar.

Mas ao que venho poderia se resumir ao facto de Luís Miguel de Sousa, se não fosse proprietário do DN, não teria uma entrevista de 4 páginas no DN, pagava um caderno comemorativo dos 40 anos do Grupo Sousa. Assim, na prática, foi o Mediaram que pagou. Viva o sucesso sempre a sombra e no protecionismo do erário publico.

Muito se arrepiaram com a capa colossal, bajulação do jornalismo dependente, depois vieram 4 páginas de entrevista e zero de caderno pago, mas no que consiste esse arrepio?!

O jornalismo não é um produto, é uma função e uma instituição, por isso dizem ser p quarto poder. Portanto, Luís Miguel de Sousa tem o quarto poder na algibeira. A propriedade do DN confere a Luís Miguel de Sousa um acesso e uma visibilidade que uma empresa comum não teria sem um investimento financeiro significativo em publicidade. A entrevista, neste contexto, não seria apenas jornalismo, mas uma forma de publicidade gratuita ou subsidiada.

A entrevista "substituiu" a necessidade de pagar um caderno comemorativo. Isso implica que a influência derivada da propriedade foi usada para obter algo que, de outra forma, exigiria um pagamento, desviando assim recursos que poderiam ter sido gerados para o jornal. É assim que o jornalismo está cada vez mais ajoelhado, não factura, tem o subsídio e o proprietário monarca.

Viva o sucesso sempre à sombra e protecionismo do erário público, o sucesso do Grupo Sousa está ligado a favores ou subsídios provenientes de fundos públicos, há tanto tempo que perderam a noção das coisas. A própria entrevista mostra a situação de jornalistas amestrados. A influência e os privilégios usufruídos não se limitam ao setor privado, estendem-se neste exemplo a benefícios derivados de recursos estatais, uma questão de grave preocupação pública, mas já "chegamos à Madeira".

O protecionismo ao monopólio é evidente quando empresas que não possuem o mesmo nível de influência ou propriedade de meios de comunicação, para terem o mesmo acesso gratuito ou subsidiado à publicidade. Criaria um campo de jogo desigual.

O público que se arrepia, percebe que as linhas entre jornalismo e publicidade estão esbatidas devido à propriedade, a credibilidade do DN como fonte de informação imparcial pode ser severamente comprometida. E quando acusarem, os jornalistas enfurecem em vez de corrigir os erros.

Estas práticas levantam sérias questões éticas sobre a conduta empresarial e jornalística, que por lei separam, dependendo da natureza exata dos arranjos financeiros, nos EUA, com o mercantilismo dos juristas e advogados poderia até ter implicações legais relacionadas a benefícios indevidos ou uso de fundos. Aqui, "já chegamos à Madeira". As empresas e grupos económicos que beneficiam de alguma forma de protecionismo ou de uso de influência para fins comerciais têm uma responsabilidade acrescida perante a sociedade para garantir a transparência e a ética nas suas operações. Mas com certeza não será com "patos bravos".

Luís Miguel de Sousa evitou uma despesa de publicidade com uma "cortesia" mediática do jornalismo. Aberto o precedente que empresas concorrentes terão 4 páginas de entrevista?

Como prometido, escutem por favor:
Em nome do ouvinte | Ep. 2411 jul. 2025 | temporada 7
Qual é o papel do jornalismo na construção das sociedades democráticas? E que responsabilidade tem no desenvolvimento de uma cidadania esclarecida? Pistas para a reflexão com Maria Flor Pedroso e João Figueira.

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