Previsão dos resultados das eleições autárquicas


Aqui vai uma análise e previsão, sucinta, das eleições autárquicas nos diferentes concelhos.

Funchal: O PSD ficou com as calças na mão após a desistência de José Luís Nunes, onde queriam impor uma equipa que este não queria. Acabou por aceitar Jorge Carvalho mas a candidatura não deixe de ficar manchada. O JPP apresenta uma lista forte, com pessoas independentes e da sociedade civil, mas com Fátima Aveiro sem experiência autárquica. Juntaram alguns insatisfeitos do PSD e PS, como António Trindade e Inácio Abreu, e lutam por uma Câmara que muitos pensam ser difícil de retirar, neste momento, ao PSD. O PS não consegue sair da espiral negativa e apresenta o candidato, Rui Caetano, que teve o pior resultado de sempre deste partido no Funchal. O Chega consegue surpreender com Luís Filipe Santos (ex PSD) mas não apresenta qualquer equipa que o suporte.
Previsão do Funchal: PSD ganha (5), JPP (3) em segundo, PS (2) em terceiro e Chega (1) em quarto.

Santa Cruz: O JPP brincou com o fogo ao indicar primeiro uma pessoa e depois outra. Esta indecisão entre Paulo Alves e Élia Ascensão não foi positiva para a candidatura, o que a fragiliza. Élia Ascensão parece-me, no entanto, ser alguém que reúne a popularidade suficiente junto da população – em especial no Caniço, onde são ganhas as eleições – e beneficia dos erros das restantes candidaturas. O PSD também não foi feliz com a escolha dos candidatos. Primeiro seria Savino Correia e acabou por ser Saturnino Sousa. A escolha acabou por ser a mais acertada, dado o passado de Savino. No entanto, a candidatura não deixa de ficar manchada por Miguel Albuquerque ficar de mãos a abanar sem Savino e à espera que alguém aceita-se. O PS em Santa Cruz tem uma candidatura fraca, especialmente depois da saída de Deodato Moniz. Não conseguiram manter o seu candidato e tiveram de ir buscar, à pressa, Pedro Diniz. Insuficiente. O Chega, com Agostinho Alves (ex PSD) contará sobretudo com os votos do Caniço, mas sem grande expressão que lhes façam sonhar com a vitória.
Previsão de Santa Cruz: JPP (4) ganha, PSD (3) em segundo, PS em terceiro e Chega em quarto.

Câmara de Lobos: O PSD também aqui andou algo periclitante, mas conseguiu evitar a disputa entre Celso Bettencourt e Leonel Silva (este último movido para o IHM). A candidatura do PSD a Câmara de Lobos corre é de um problema: não conta com o apoio do Partido nem de Miguel Albuquerque. Porquê? Celso Bettencourt apoiou Manuel António e não caiu nas boas graças da Direção Regional do Partido. Prova disso? Ninguém de Direção apareceu à sua apresentação de candidatura. Albuquerque só aceitou que Celso candidatasse-se pois não tinha outro candidato. O JPP apresenta Miguel Ganança como candidato. É alguém com ar confiável e com capacidade retórica, pelo que poderá levar a sua experiência na Assembleia consigo. Desde que apresente as suas ideias e lance caras novas e frescas, sem vícios, pode surpreender. O PS lança Nilson Jardim para Câmara de Lobos. É deputado na Assembleia Municipal mas desconhece-se qualquer oposição sua à atual Governação. Podia ser um bom candidato mas o mau momento do PS poderá prejudicar-lhe. O Chega lança Hugo Nunes (ex PSD). É um dos deputados mais calados na Assembleia e é pouco conhecido neste concelho mas que pode beneficiar dos votos dos pescadores.
Previsão para Câmara de Lobos: PSD (4) ganha, JPP (1) em segundo, PS (1) em terceiro e Chega (1) em quarto.

Machico: O PS apresenta Hugo Marques como candidato. Alguém da atual Vereação mas que não nutre o apoio de todos os seus colegas. Foi uma escolha de Paulo Cafôfo e um dos primeiros, de toda a Região, a assumir a candidatura. Conta com a experiência autárquica mas com uma concelhia desgastada. Não era a aposta de Ricardo Franco. Tem o apoio de Avelino Conceição, que pretende manter a sua influência em Água de Pena. O PSD pretende reconquistar Machico com Luís Ferreira. O partido está movido à sua volta e aposta forte na sua eleição como Presidente. É alguém conhecido e lidera as Pescas mas que lhe falta “povo”. Será uma corrida contra o tempo para fazer aquilo que devia ter feito nos últimos dois anos: aparecer com ideias e inovação em Machico. O JPP lança Luís Martins. É deputado na ALRAM mas com pouco alcance. Domina alguns assuntos como os transportes e urbanização mas falta-lhe, tal com a Luís Ferreira, proximidade com os eleitores. O Chega apresenta Duarte Aveiro mas, sem ser no Caniçal - que deverá ter boa votação - não irá aspirar a mais nenhum bom resultado.
Previsão em Machico: PSD (3) ganha, PS (3) em segundo, JPP (1) em terceiro e Chega em quarto.

Ribeira Brava: Um concelho problemático para o PSD com a disputa entre Hélder Gomes e Jorge Santos. Acabou por prevalecer o último, com um acordo exigido por Albuquerque. Tem também o apoio de Clara Tiago, peça importante na concelhia. O PS apoia o Movimento Ribeira Brava Primeiro. Não apresentaram candidatura dada a indisponibilidade de Olga Fernandes, único quadro do Partido no concelho. Apoiam um Movimento de dissidentes que lutam pelo segundo lugar. O JPP apresenta uma candidatura de alguém da sociedade civil, mas com pouca expressão. Sinal positivo por apresentarem-se a todos os cargos. O Chega lança Celestino Sebastião. Antigo deputado mas sem alcance.
Previsão na Ribeira Brava: PSD (6) ganha, RB1 (1) em segundo, JPP em terceiro e Chega em quarto.

Calheta: Doroteia Leça encabeça a lista do PSD. Tem o apoio da estrutura do Partido, de Carlos Teles e tem o apelido (e o sangue) de quem já governou o município. Conseguiu ultrapassar Nuno Maciel, que foi para Secretário da Agricultura. O PS apresenta Sofia Canha, que candidata-se pela quarta vez. Claramente uma escolha de recurso, pois ninguém chegou-se à frente e Sofia tem a pressão mediática de assumir – mesmo contra a sua vontade – pois nunca conseguiu qualquer alternativa a ela. O JPP apresenta Basílio Santos. Tem sido uma agradável surpresa na Assembleia, mas precisa de soltar-se mais. Pode trazer alguma frescura na oposição. O Chega, com Patrícia Jesus, apresenta candidatura para marcar presença.
Previsão na Calheta: PSD (6) ganha, JPP (1) em segundo, PS em terceiro e Chega em quarto.

Ponta do Sol: A lista mais forte do PS na Região. Com Célia Pessegueiro novamente a comandar a lista, trouxe Carlos Coelho para a vereação. Fez um trabalho suficiente para o Partido manter a confiança, sendo uma escolha óbvia. O PSD lança um ex presidente, Rui Marques, sendo um confronto interessante na dinâmica autárquica. Tem a força dos Canhas e da Madalena do Mar, mas terá dificuldade em ganhar a Câmara. O JPP só apresenta lista para a Assembleia Municipal com Maria José Santos, “mulher do povo”. Esperava-se lista à Câmara Municipal. O Chega apresenta José Manuel Abreu, sem qualquer hipótese de conquistar algo.
Previsão na Ponta do Sol: PS (3) ganha, PSD (2) em segundo, Chega em terceiro.

Santana: Terra dominada pelo CDS, com Dinarte Fernandes a liderar a candidatura. Tem o apoio total do Partido, sendo uma das vitórias mais aguardadas destas eleições. O PSD apresenta Cláudia Perestrelo, deputada na ALRAM. Tem ganho influência no Partido mas sem qualquer hipótese neste concelho. O JPP não apresenta qualquer candidatura e o PS atrasa-se na entrega – pedindo que o Tribunal aceite a entrega por e-mail. Lamentável. O Chega lança Neuza Rodrigues de forma a marcar presença no Concelho.
Previsão em Santana: CDS (4) ganha, PSD (1) em segundo e Chega em terceiro.

São Vicente: Um dos concelhos mais problemáticos para o PSD, digno de uma novela. Primeiro é lançado Fernando Góis e acaba por avançar António Gonçalves. Uma trapalhada que deverá resultar numa vitória fácil, face à falta de oposição. O PS apresenta João Carlos Gouveia. Um nome com peso mas que esteve muito apagado nos últimos anos. Escolha por falta de alternativa. O JPP não apresenta candidatura a este concelho. O Chega apresenta José Carlos Gonçalves, sendo alguém que – após passar pelo PS e IL – não demonstra credibilidade e perpetiva para ganhar.
Previsão em São Vicente: PSD (4) ganha, Chega (1) em segundo e PS em terceiro.

Porto Santo: PSD com uma aposta de continuidade, sem grandes mudanças. Nuno Batista apresenta-se de novo candidato, mesmo após alguns escândalos a acontecerem no Porto Santo. O PS apresenta Nádia Melim. É alguém que tem o apoio do Partido e que deverá ter alguma dificuldade em eleger para a Vereação. O JPP apoia o movimento UNE, mesmo tendo nos seus quadros um deputado regional (Carlos Silva). O UNE que já tem um vereador – Luís Bettencourt – tem um discurso agressivo e que pode aspirar a eleger novo vereador. O Chega lança Carlos Camacho, de forma a marcar presença.
Previsão no Porto Santo: PSD (3) ganha, UNE (2) em segundo, PS em terceiro e Chega em quarto.

Porto Moniz: O PS aqui lança Olavo Câmara, filho do atual Presidente Emanuel Câmara. Pode parecer uma espécie de Monarquia mas a verdade é que é a melhor opção para o Partido Socialista. Mantêm a opção de continuidade para continuar com o Porto Moniz como bastião Socialista. O PSD apresenta Dinarte Nunes. Ex socialista que rumou com PSD com a vontade de alterar, mas com pouco alcance. Poucas alternativas restavam ao PSD. O JPP apresenta alguém que tem “muito povo” mas pouco alcance junto do eleitorado: João Jesus. Alguém que precisa de ser trabalhado e polido, mas que tem valor junto da população. O Chega lança Miguel Pereira, um jovem bem intencionado mas que não tem qualquer hipótese no terreno.
Previsão no Porto Moniz: PS (4) ganha, PSD (1) em segundo, JPP em terceiro e Chega em quarto.

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