Ora viva! Venho responder a este artigo, uma vez que fui eu o autor do artigo: https://www.madeiraopina.com/2025/08/taxistas-e-povo-organizem-se.html
A ntes de mais, digo que não tenho qualquer táxi nem ligação a esse mundo e muito menos me revejo em Albuquerque ou no pupudê (embora tenha feito a referência a AJJ no primeiro texto, tendo em conta que o mesmo também se demonstra contra o neoliberalismo – o que não entendem é que foi da social-democracia que se gerou o neoliberalismo).
Um dos primeiros argumentos que usa demonstra a falácia óbvia do pensamento: a ideia de que a concorrência resulta. Reparem que, partindo do cenário perfeito de concorrência (diversos pequenos produtores, pequenos para que não tenham poder para pôr em causa os demais), a concorrência deriva da competição, a lei da selva (o que não perdemos com a competição, a grande descoberta da humanidade será perceber que com a cooperação, apoio mútuo – a lei da civilização – ganhamos muito mais), o que leva à disputa. Dessa disputa resulta um vencedor e um vencido. O vencedor absorve o que resta do vencido e torna-se maior, mais forte. Sucessivamente, outras disputas ocorrem e até fusões entre pequenos para que se tornem maiores e mais protegidos dos que se tornaram maiores entretanto. A que nos leva isso? A monopólios e oligopólios cartelizados. Uma falácia sedutora, essa da livre concorrência. Em todos os sectores, a concorrência é “para inglês ver” ou ainda não repararam na concertação de preços? Ainda por cima falam em concorrência, quando os TVDE representam uma desleal, completamente. Só sabem pensar com o umbigo e com o bolso, não pensam com a cabeça.
Quanto aos TVDE, são o que são – instrumentos da globalização neoliberal. No início, é só floreado e bico doce. Assim que rebentam com a concorrência e lavam cabeças e consciências, vemos no que se tornam: escravocratas, fazendo dos que prestam o serviço escravos e o serviço que é prestado aqui, a verba sai daqui e vai para cofres externos – inaceitável. Para além da clara desigualdade entre estes e as exigências que cumprem os taxistas.
Eu referi no primeiro artigo algo óbvio: não vamos deitar o bebé juntamente com a água suja fora, deitamos apenas a água suja. O sector do táxi precisa de uma grande reforma, de modo a que o serviço seja mais barato e bem feito para o cliente, de modo a que não haja possibilidade de verificarmos as diversas “manhas” e ilicitudes que alguns taxistas realizam e que mancham e dão mau nome aos taxistas correctos e bons profissionais. Isso consegue-se através da criação de um modelo próprio em que conseguimos incorporar e proteger o bom serviço, penalizando o mau serviço.
Também sou contra quem tem diversos táxis e até aqueles que não trabalham, estão fora da Madeira e ganham com os táxis que aqui operam. O modelo que se deve defender é simples: um táxi, um taxista – com rendimento e direitos que permitam dignidade .
Sejam criativos, percebam o que está em causa e não emprenhem pelos ouvidos. Há muita destruição neoliberal à solta, não só neste sector. E Albuquerque é um dos maiores embaixadores do neoliberalismo. Em meu entender, já deveria ter sido fuzilado – e há uma lista extensa de canalhas a acompanhá-lo.
Obrigado ao MO pela oportunidade deste debate que não é possível nos demais lugares, povoados que estão de censores e papagaios pseudo-doutrinários. Um bem-haja!
