O desrespeitador da natureza foi se luzir para oriente. Que lata, que demagogia!


Foto e texto da Presidência? Notícias colaborativas... para os patos se embevecerem. (link)

É insuportável a lata de Albuquerque a se fazer de "bom" a oriente, que criatura com a teoria toda, mas na Madeira é o principal actor do desrespeito pela natureza e sustentabilidade da ilha. Numa terra onde as ETARs não aguentam tanto estrangeiro e massificação do turismo, onde se despeja a torto e direito para o mar, com bandeira azul e vermelha lado a lado, lemos esta grande demagogia que mete nojo! 

No Japão, Albuquerque o ambientalista porque lhe fica bem no meio, perante doutores de bata branca, burocratas europeus e meia dúzia de embaixadores do esgoto, surge vestido de estadista global, a vender ao mundo um projeto que diz vigiar águas residuais, na Madeira. Aconselhou a ir fazer análises para alto mar? Palmas, fotos, sorrisos de protocolo. Enquanto isso, cá na Madeira, as ETARs tossicam, as ribeiras cheiram, e o mar engole alegremente o que não se consegue tratar, efluentes cinzentos ou barros da "revolta da terra" por pedras.

O “Madeira GigaSite” é apresentado como um farol científico mundial, mas aqui em casa basta chover dois dias seguidos para termos o Atlântico transformado em sopa grossa. É quase poético: exportamos inovação digital para o Japão, mas não conseguimos impedir que os madeirenses e turistas nadem lado a lado com aquilo que as ETARs não dão conta de engolir.

A lata de Albuquerque é infindável, os jornalistas permite e se houver fact-check é para corroborar e denegrir que diz a verdade.

E a cereja no bolo: querem fazer da Madeira a “Singapura da Europa”. Outra vez, já fomos de tudo, mas nunca Singapura. Pois claro. Singapura, esse milagre urbano e tecnológico, com transportes públicos impecáveis, limpeza obsessiva e zero tolerância para porcaria. Já na Madeira, temos o “Singapura versão turismo de massas”: rent-a-cars, trotinetes e tuk-tuks a entupir as ruas, esgotos a caminho do mar e conferências internacionais a mascarar o cheiro.

Tudo embrulhado num palavreado de “plataforma trilateral”, “cooperação científica” e “laboratório vivo”. No fundo, é só a velha receita: em casa, a roupa suja vai para a ribeira; lá fora, apresenta-se um PowerPoint cheio de gráficos coloridos e ficamos com o prémio da “liderança visionária”.

A sério que este indivíduo precisa de uma lição, ele não é bipolar, é tri, quadri, uma cara para cada circunstância. Não falou do "degelo" para abrir estradas na Laurissilva, ou do Tsunami do Calado que não se importa com a Praia Formosa, só com a Pontinha porque dava obras.

Se isto não é demagogia, não sei o que será. Só falta mesmo inaugurar uma nova estância balnear, obra do PRR, com bandeira azul em cima do tubo de esgoto, chamar-lhe “praia resiliente” e garantir que é mais uma vitória da diplomacia madeirense.

Estou tão farto deste tipo de gente.