A Madeira refém do velho ditador.


M adeira, 2025. Perguntamo-nos: qual é o propósito de ainda ouvirmos as palavras vãs e falaciosas de Alberto João Jardim? Um homem que, como espectro político, insiste em ocupar os espaços públicos com os seus discursos antiquados e carcomidos. Qual é o valor das suas opiniões quando já não exerce qualquer poder legítimo desde 2015, quando perdeu a liderança para Miguel Albuquerque? A sua presença contínua na televisão, sobretudo na RTP-Madeira, não é mais do que uma forma de tentar manipular as massas, perpetuando um discurso que serve apenas os interesses da elite económica e esquecendo o povo madeirense.

Quem é que ainda se deixa enganar por este antigo líder que, durante décadas, foi o grande arquétipo da manipulação política e do populismo? Alberto João Jardim, figura tóxica do passado, cuja postura autoritária, mesquinha e egoísta moldou, durante anos, a Madeira à sua imagem e semelhança. Este homem que deveria estar no ocaso da sua vida, a usufruir da merecida reforma, prefere estar na arena pública, a infligir mais danos à Madeira. De que forma é que isso se justifica, senão como um claro esforço para manter a sua influência nas sombras, mesmo quando já não tem qualquer autoridade formal?

Não será isto uma provocação para os madeirenses? De que forma é que a sociedade justifica a presença de um ex-governante, cujos mandatos foram marcados por práticas autoritárias e transgressões de normas democráticas, se não por uma contínua ilusão de poder? Alberto João Jardim, mais do que um simples político reformado, parece um fantasma que ainda teima em ditar o rumo da ilha, apesar de já não ser eleito pelo povo. Não seria mais justo que ele, em vez de ocupar a televisão com a sua presença venenosa, se concentrasse em responder pelos danos que causou à Madeira e aos seus habitantes? Este homem deveria ser obrigado a devolver os recursos que desvia ou permitiu que fossem desviados durante o seu longo reinado, como forma de justiça mínima, que tarde ou nunca chega.

A sua presença contínua nos ecrãs é uma afronta à democracia e à integridade de uma sociedade que merece muito mais do que uma contínua adulação da elite e uma perpetuação das desigualdades. Que exemplo é dado quando se permite que um homem tão claramente contaminado pelo poder continue a exercer a sua influência, sem qualquer responsabilização? Não será tempo de exorcizar esta figura, que já deu o seu tempo, e reavaliar de forma crítica o nosso futuro coletivo? As novas gerações não merecem estar condenadas a ouvir as mesmas mentiras e deturpações que marcaram uma época de autoritarismo disfarçado de “desenvolvimento”.

É fundamental que a Madeira se livre desta presença estagnante, que há muito deixou de representar os verdadeiros interesses do povo. A ilha e os seus habitantes têm mais para oferecer do que seguir o eco do passado. Chegou o momento de cortar com as correntes de um passado que, tal como uma doença crónica, ainda assombra a nossa democracia.