A política minada pelos parasitas.


Q uando por vezes abordamos um tema, vem-nos à memória inúmeras situações que nos fazem pensar, refletir e por vezes retirar algumas conclusões. Nem de propósito, numa conversa entre amigos, onde o tema era a situação política do país e concretamente a da região. Um insistia que a culpa é dos eleitores votarem sempre nos mesmos, outro porque não vale a pena mudar, são todos iguais, e ainda há os que nem sequer votam pois não querem saber de eleições, os políticos são todos uma cambada de gatunos, só promessas nas campanhas eleitorais e depois esquecem-se e vão à sua vida, dizia um amigo para o outro.

Não é que esta conversa dizia um deles: afinal, tu tens um carro não é? Sim! Responde ele. Trocas-te recentemente porquê? Porque estava a dar problemas, a reparação era demasiado custosa e continuavas com um carro velho, para te livrares dessa despesa adquiriste um novo, certo?. Afinal porque não continuas-te com o carro velho, ao fim e ao cabo daqui a dez, quinze ou vinte anos ele vai ficar velho como o outro? Pois é! Na política acontece o mesmo, por vezes têm receio em mudar porque aos novos vai acontecer a mesma coisa, então continuam a investir, a tentar reparar o velho mesmo correndo o risco de ficarem pelo caminho ou encostas com o carro. Andas a pé ou em alternativa de transportes públicos.

Acontece que também a política parece estar talhada para gente sem palavra, dizem uma coisa antes de estarem no poleiro e fazem outra despois. Há dias, o mesmo amigo dizia: olha com esta vinda dos novos partidos senti-me motivado para tentar, sair do anonimato do teclado ou do conforto do sofá e disponibilizar-me a ver se conseguimos alterar o panorama da política no nosso país. Fui avisado de que: não te metas nessas coisas, só vais ganhar inimigos que nunca tiveste, a política não é para gente séria.

Mas lá foi o meu amigo de boa fé tentar mostrar que era possível gente séria fazer política. E não é que até, de certa forma, estava a correr bem a coisa, as pessoas começaram a perceber que a mensagem era bem intencionada, diferente e que afinal ainda havia gente capaz e em quem se podia confiar. Não é que de repente o rapaz começa a ganhar simpatizantes, as pessoas começam a acreditar nele, abordam-no na rua porque se identificam com as atitudes, as lutas e as reivindicações dentro dos valores e princípios que o grupo defendia.

Vem uma avalanche de gente que trouxe a (credibilidade de certa forma de volta), mas depois o caldo derramou-se. Um bando de gente sedenta de poder, de não perder a oportunidade de fazerem valer as suas pretensões, como era seu hábito e sempre o tinham feito assim, aproveitam-se da ingenuidade dos que lutaram para reerguer a confiança naquilo que as pessoas já não acreditavam, literalmente tomaram de assalto o que parecia ser a solução para mudar o rumo da política.

Eis que os oportunistas, com os vícios do passado, sequestraram um projeto que até certa altura tinha tudo para ser fiável, mas que infelizmente voltou-se a confirmar que numa sopa com muita variedade de verduras, de aboboras maduras, cenouras, alho, batatas doce das cor de laranja, cebola, agrião, feijão branco de preferência, semilhas, grelos e alguns nabos... só pode ser temperada com ossos do tutano. Atenção, não esquecer, deitar o sal que chega, pois se adicionar azeite será um desperdício, mas também, e felizmente, ele não se mistura, aliás! Só se fizerem puré e linguado para que o povo volte a comer mais do mesmo.

Afinal: conselhos e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Atenção esta versão poderia ser ficção puramente imaginária ou ter sido elaborado através de inteligência artificial, qualquer semelhança com alguma realidade é mera coincidência.

Calaboca 70