Mais um saneamento fresquinho...


… agora com sabor a cais!

Ora então bom dia à malta!

C hegou mais uma novidade fresquinha, daquelas que não vêm no JM, nem na RTP-M, nem nos canais de açúcar que temos por cá. É uma daquelas histórias que só se sabe se for alguém de dentro a contar. Pois é. Vem direitinha da APRAM, os Portos do Funchal, onde agora além de contentores e turistas, também se faz limpezas políticas com pano do pó.

Nos Portos da Madeira, onde entra e sai tudo o que mexe nesta ilha, também entram e saem pessoas. E não é porque se reformaram ou pediram para sair. Nada disso. Sai um, entra outro. Troca-se como quem muda de camisa e ninguém diz nem ai nem ui. Tudo feito à socapa, como já é costume por estas bandas.

O Miguel Branco foi corrido. Porquê? Porque pensou pela cabeça dele. Porque um dia não alinhou na dança. E isso aqui, meus amigos, paga-se caro. Se não és da família, não serves. Se não dizes amém, vais para o fundo do barco.

No lugar dele entrou o António Ferreira, que por acaso ou talvez não, andava com o Zé Luís Nunes naquela candidatura que acabou por não ir a lado nenhum. Mas olha… o lugar apareceu. Como sempre. Porque aqui, mesmo quando se perde, arranja-se maneira. É só estar no grupo certo.

E ainda há os casos que parecem brincadeira, mas são bem reais. Já se viu marido e mulher, os dois com lugarzinho bom, bem sentados, à sombra do mesmo chapéu. Com ordenado certo e sem stress. Isso sim é vida! O resto do povo que aguente, que trabalhe, que pague a conta. E se refilar, leva com mais um bolo ou uma festinha qualquer, para esquecer que anda a ser feito de parvo.

Isto não é só sobre nomes. Isto é sobre a maneira como se faz política nesta terra. Como se trata a democracia como se fosse um joguinho de cadeiras. Tudo pelos amigos, tudo pela cunha, tudo pela simpatia política. Competência? Isso é só para os concursos públicos que nunca mais abrem.

Hoje em dia, política aqui é clube fechado. Só entra quem tem convite. Só fica quem sabe estar calado e dizer que sim com a cabeça. Quem pensa diferente, é posto fora. Quem fala demais, é silenciado. Quem quer mudar alguma coisa, leva logo um rótulo.

E enquanto isso, o povo anda a contar trocos. A ver o ordenado desaparecer no supermercado. A pagar rendas que parecem prestações de jato privado. A ver os mesmos de sempre com as mesmas caras e os mesmos esquemas, como se fosse tudo normal.

Por isso é que é importante que o Madeira Opina diga estas coisas. Porque se dependermos da imprensa do costume, ainda hoje estávamos a pensar que isto aqui é só flores e turismo. Não é para personalizar ninguém, mas é para dizer as verdades. Porque estas jogadas fazem-se à barba do povo, e o povo nem pia.

Agora no dia 12 de outubro há uma escolha a fazer. E não é sobre partidos, é sobre respeito. Ou continuamos neste teatro, ou abrimos a pestana. Porque isto não é governar. Isto é mandar. E quem manda, manda bem. Já o resto… continua a ver navios. Literalmente. E a pagar o bolo.

Está na hora de começar a pensar pela nossa própria cabeça. Porque bolos já não alimentam. Só enganam. E há quem viva muito bem com a barriga cheia à custa disso.

E para os que ainda andam por aí, a pensar que isto nunca lhes vai bater à porta… vão sonhando.

Um a um, até chegar a todos. Especialmente àqueles que um dia disseram “aqui d’el rei” como se fossem donos disto tudo.

A maré sobe, meus amigos. E quando der por ela… já foi.