APP's para adiar pagamentos e não enfrentar utentes.

 

Entramos numa era de falar só como eles querem. Outra ditadura.

O Governo Regional usou uma APP na saúde para adiar o pagamento das comparticipações e reembolsos na saúde, assim evita o contacto pessoal e crises ao balcão. Já há receitas por pagar há 6 meses. Eu pergunto se as companhias de aviação não têm razão para não querer reembolso à cabeça do subsídio social de mobilidade com a introdução da APP pelo Estado, têm medo de cair nestes atrasos que ninguém suporta. Não há fiabilidade nos sistemas digitais governamentais, são esquemas impessoais.

A digitalização é ferramenta de adiamento, impessoalidade e distanciamento, não um mecanismo de eficiência e transparência. Ao transferir o processo de comparticipações e reembolsos de saúde para uma aplicação móvel, o Governo Regional (GR) aliviado a pressão e as crises visíveis nos balcões físicos, mas criou um problema invisível e prolongado: o arrastamento dos pagamentos. O facto de existirem receitas por reembolsar há mais de seis meses mina a confiança no serviço público e, mais grave, penaliza (mais uma vez) financeiramente os cidadãos, que são obrigados a financiar o próprio Estado durante meses. Esta ineficácia na área da saúde demonstra que a mera introdução de uma APP não resolve falhas estruturais de liquidez ou de gestão de processos, apenas esconde digitalmente. Depois de tanto sucesso e receitas a realidade da falta de liquidez tem esta realidade.

Volto a dizer, este precedente de atrasos na saúde, precedente, levanta uma justificada preocupação na área dos transportes aéreos, especificamente no contexto do Subsídio Social de Mobilidade (SSM), as companhias aéreas e os cidadãos têm todo o direito de desconfiar da garantia de pagamento. O risco é claro, as companhias de aviação, que precisam de um fluxo de caixa previsível e rápido, temem que a promessa de "reembolso à cabeça" (antecipação) caia numa armadilha de meses de espera, semelhante ao que ocorre na saúde aos particulares. Mais uma vez os "pequenos" financiam tudo!

O princípio é simples, se o Estado não consegue honrar os seus compromissos no sistema digital que já está em funcionamento, não há base para confiar na eficácia de um novo sistema.