Curtas ... never ending story

24/10/2025, 17:43:12 Cansadas e Saturadas
As pessoas estão cansadas de prémios da treta, de sucessos no turismo, as pessoas fartaram-se de tudo o que o turismo traz, as pessoas estão cansadas de sempre os mesmos a falar, comentadores, jet 7, os donos disto tudo, o governo. As pessoas estão cansadas de superlativos onde nada funciona, às vezes nem com cunha. Tudo isto é falso, um faz de conta, as pessoas deveriam se preocupar em olhar para a sua vida e como estão em vez de se contentarem com a dos outros dada a cheirar. A Madeira é um sem fim, um never ending story.

24/10/2025, 18:15:23
O regresso de Pedro Calado ao Salão Nobre da Câmara do Funchal, para um discurso de despedida na hora do adeus da sua sucessora, representa um epílogo de notável insensibilidade política e um gesto desafiador que encapsula a essência do seu mandato. Sob a pesada sombra de um processo por corrupção que o forçou a renunciar para evitar medidas de coação mais gravosas, este ato ignora o decoro e o respeito devidos à instituição que liderou e aos cidadãos que representa. Ao quebrar a sua promessa pública de um afastamento definitivo, Calado não só demonstra uma desconexão com a gravidade da sua situação judicial, como insiste em protagonizar um palco do qual deveria manter-se afastado, aprofundando a mancha de suspeição e desconfiança que define este como o mais conturbado e judicialmente manchado mandato da história da autonomia funchalense, deixando a amarga impressão de que a erosão da confiança pública foi o seu mais duradouro legado.

24/10/2025, 22:11:47 Explicando a Política ao Miguelinho Albuquerque
Há sempre um Miguelinho na política: aquele governante que acha que a casa oficial é o seu quintal, que as reuniões “de partido” cabem na agenda do Estado e que a fronteira entre o público e o privado é apenas uma linha ténue desenhada a lápis — e já meio apagada. Miguelinho gosta de pensar que manda em tudo: nas pessoas, nas paredes e até nas cadeiras onde se senta. Quando alguém lhe diz que o Ministério Público anda curioso, ele sorri, confuso, e pergunta se isso é uma nova pasta governamental. “Não, Miguelinho,” — explicamos calmamente — “não é um ministério. É o sítio para onde vão as histórias que começam com reuniões discretas e acabam com declarações de arguido.” Mas ele não entende. Afinal, sempre lhe disseram que a política era um jogo de equipa, e que as reuniões “de coordenação” eram apenas uma forma de exercício democrático. A diferença é que, no ginásio da política, Miguelinho esqueceu o essencial: há câmaras, microfones e, de vez em quando, leis. Então, Miguelinho, para simplificar:

  • O Governo é do povo.
  • O partido é teu.
  • E o problema começa quando confundes os dois.

Entendeu agora, Miguelinho? Ou quer que lhe explique devagarinho, com desenhos e setas coloridas? Miguelinho ainda não percebeu que o país está mais curioso sobre as suas “reuniões informais” do que ele próprio. Acha que o palácio é um clube privado e que o poder é um bem herdado, não emprestado. Quando ouve falar no Ministério Público, pensa que é outro departamento do Governo. Não é, Miguelinho — é o sítio para onde vão parar as histórias que começam com sorrisos políticos e acabam com advogados aflitos. A política, caro Miguelinho, não é um churrasco de partido pago com dinheiro do povo. E a casa do Governo não é sala de reuniões do diretório. Entendeu agora, Miguelinho? E já agora, corta o cabelo porque na prisão é melhor tê-lo curto por causa dos piolhos.