Há dúvidas de que o GR "mata" a classe média?


Olá de novo, vou começar mal de novo. É o criado do modelo económico, o Beto do Naval que lhe vai escrever sobre isto? Poupe o seu dinheiro, o Governo que lhes dê os subsídios, você acaba por pagar na mesma.

C om os dados disponíveis, suspeito que são piores, confirmam a acentuada disparidade entre o custo da habitação e o poder de compra dos madeirenses, o modelo económico atual está a criar um ambiente insustentável para a população residente e nativa.

A incompatibilidade entre salários e o custo da habitação

O ponto mais crítico é a grande diferença entre os rendimentos da maioria da população residente e os preços do mercado imobiliário, e agora ainda aparece o Montenegro a mostrar com os apoios como está noutra bolha.

A Madeira é a segunda região do país com rendas e casas para venda mais caras, logo a seguir a Lisboa. Contudo, os salários e o poder de compra locais não acompanham esta inflação, forçando os residentes a enfrentar um custo de vida insuportável.

A "ganância" e o impacto do investimento estrangeiro

Os dados do mercado imobiliário mostram que a subida de preços não é impulsionada pela procura local, mas sim pela procura externa e especulativa, alinhando-se com a sua crítica ao modelo de desenvolvimento. A hostilidade contra estrangeiros é uma realidade porque abalroaram toda a vivência, custos e tempos livres dos madeirenses. Maldito Eduardo Jesus e maldito Albuquerque!

Em 2024, o preço das casas na Madeira subiu 12,6%, um valor superior ao aumento médio nacional (10,4%), indicando uma pressão de mercado mais intensa.

O aumento é impulsionado pela procura de investidores à procura de altos retornos (especulação estrangeira). Compradores estrangeiros (como americanos e cidadãos do Leste Europeu) formam o mercado de luxo e transacionam em milhões. Contem com os já tão propalados nómadas digitais e residentes não habituais (RNH) com salários elevados.

Esta dinâmica é resultado da política económica e urbanística que se concentrou em atrair este capital externo (a ganância de trazer estrangeiros) e em facilitar a transformação de habitação para Alojamento Local, em vez de garantir casas a preços compatíveis com os rendimentos dos madeirenses. A brutalidade desta realidade é tal que já há abusadores que querem casas para negócio nas cooperativas de habitação.

A conjunção destes fatores (salários estagnados/baixos + habitação ultra-inflacionada) cria o mecanismo de expulsão do madeirenses ou não nascimentos, que já estavam afetados por preços elevados derramados por toda a economia através do monopólio dos portos com fretes elevadíssimos.

O custo de vida proibitivo e a dificuldade em construir uma vida autónoma forçam os jovens a emigrar para estudar e trabalhar no continente ou no estrangeiro, pois é mais fácil ter acesso a habitação fora da sua ilha natal. Agora já mais fácil nalguns países da Europa do que em Portugal

A Direção Regional de Estatística aponta que 5% da população mais rica na RAM detém 58% da riqueza criada na região. Este dado apoia a ideia de que o modelo não zela pelo bem-estar geral, mas sim por interesses instalados e pela concentração de riqueza num pequeno grupo, enquanto a maioria enfrenta dificuldades estruturais. O gangue de um partido mata a classe média.

Este texto adicional reforça a perspetiva de que a projeção do INE (perda de metade da população da Madeira em 2100) não é um acidente demográfico, mas sim o resultado esperado de um sistema económico-social onde os madeirenses estão afetados para a procriação e são deslocados pelo alto custo de vida imposto pela prioridade dada ao capital e à residência estrangeira.

  • Fica uma pergunta, ficam só os madeirenses alienados? Escrevo a explicar para quê?
  • A violência, o crime e o conflito vão se acentuar. (já se sente)