O fascismo tem uma embalagem, quando começam a governar o produto é outro.
P enso que vão concordar comigo de que os fascistas em Portugal andavam silenciosos, depois do resultados das legislativas nacionais ficaram corajosos e atrevidos. As redes sociais estão inundadas de propaganda fascista para fazer Portugal fascista, o problema é que grande parte das informações nascem de inverdades ao qual se coloca um título populista.
O fascismo tem uma embalagem, quando começam a governar o produto é outro. É de caras o que se está a passar nos Estados Unidos com milhões de pessoas a se manifestar com o "No Kings". Depois do fascismo se instalar, sobretudo na Governação, ele não sai cumprindo a democracia, era bom que as pessoas se lembrassem de Portugal, da Alemanha, da Itália, da Espanha, etc. Isto é tanto verdade que Donald Trump está a tentar ficar para mais um mandato, valha-nos a natureza humana mais do que a limitação de mandatos.
A mesma propaganda que perpetua do PSD-M no poder, à conta do jornalismo Regional é a propaganda do Chega em Portugal. Se repararem, o Chega está cheio de casos de tribunal através de militantes pouco recomendáveis, na verdade, são um PSD-M de arguidos em ponto maior, já com condenações. O que significa que a ideia de moralização, ética e limpeza do Chega é uma mentira, uma miragem e nenhum outro partido cria tantos casos de Justiça.
O sucesso eleitoral recente em Portugal parece ter funcionado como um catalisador, encorajando grupos extremistas a saírem da marginalidade para um espaço público mais assertivo. A propaganda negativa e largamente mentiroso está a fogar as redes sociais, e pergunto-me o que andam os partidos a fazer no continente e na Madeira? Simples, cada vez mais se confinam aos meus de comunicação social que racionam a informação, então na Madeira é por demais! Ninguém nota? Os partidos da oposição querem passar a palavra em palcos viciados que os confinam, na Madeira o PSD agradece, a oposição confinam-se em meios próprios que não conseguem fazer fé ou pelo menos ter o sucesso do Chega. PSD-M e Chega criam estigma na cabeça da oposição, esta cede e depois os dois usam os meios que estigmatizam. Uma forma de afastarem a oposição estúpida do sucesso.
À meida que resultados significativos dão a estes grupos uma perceção de legitimidade e um "mandato" para serem mais vocais (igual a Miguel Albuquerque). O silêncio anterior não era ausência, mas sim uma tática à espera do momento oportuno para se manifestarem com maior impacto. A entrada de representantes no parlamento normaliza a sua retórica, um terrapleno por quantidade que gera palco pelo tempo de antena. O que antes era considerado discurso de ódio ou extremista passa a ser visto como uma "opinião política válida" por uma parte da população, encorajando ativistas e apoiantes a serem mais "atrevidos" no discurso público e nas redes sociais. Perante a quantidade o Governo de Montenegro cedeu...
As redes sociais são o motor atual da propaganda fascista, utilizando desinformação e títulos sensacionalistas para mobilizar o apoio. A inundação de propaganda baseada em inverdades ao qual se coloca um título populista é fundamental. A tática moderna depende da emoção e da simplificação excessiva. A complexidade dos problemas (saúde, economia, imigração) é substituída por narrativas binárias e bodes expiatórios fáceis, o que capta a atenção rapidamente nas plataformas digitais. Portanto, as redes sociais outrora veículo de Primaveras Árabes foram assaltadas pelo fascismo, e as pessoas viciadas no zapping, clicking e scrolling vão bebendo a informação sem ter discernimento algo do erro que cometem.
A embalagem do fascismo/extrema-direita é feita de promessas de ordem, simplicidade, combate à corrupção e defesa de uma identidade cultural idealizada. O produto, no entanto, após a chegada ao poder, é a erosão das liberdades, a perseguição de minorias e o enfraquecimento das instituições democráticas. A desinformação serve para vender a embalagem e mascarar o produto real.
A história diz-nos que o fascismo não respeita as regras democráticas de transição de poder, sendo a sua instalação na governação difícil de reverter pacificamente. Quem lê história na atualidade? Basta ver o canal com o mesmo nome como se deteriora dia a dia... É preciso perceber que o fascismo, por natureza, é anti-democrático. O seu objetivo é subverter o sistema por dentro e volto a indicar Portugal (Estado Novo), Alemanha (Terceiro Reich), Itália (Mussolini), Espanha (Franquismo), demonstram inequivocamente que, uma vez no poder, os regimes fascistas desmantelam o Estado de Direito para garantir a sua permanência indefinida. A "democracia" só é cumprida se for a favor da sua ascensão; para a saída, as regras são ignoradas.
É quase poético confiar na natureza humana, o limite de vida e não dos homens, acaba por ser a barreira mais forte contra o autoritarismo, mais do que as leis que podem ser alteradas por governos determinados. Mas entretanto passaram-se vidas sempre em ditadura.
A capacidade do fascismo de se adaptar ao ambiente digital é notório, conseguindo o poder vem a sua recusa histórica em aceitar a transição democrática de poder após a sua ascensão.
Há partidos na Madeira e no continente que estão a cometer erros que os levarão a perder votos para o Chega. O fascismo primeiro bane-os da mensagem quando ainda por cima o PSD-M tem a comunicação social controlada, o que acaba jogando a favor do Chega. Este só tem que ser melhor do que o PSD-M no espaço digital. Quem vê isto até começa a achar um justo castigo à estupidez da oposição.

