O Ruca sem de barbas de molho


A gora que terminou mais uma ronda de eleições autárquicas, o PS do Ruca proclamou-se o grande vencedor da noite. Venceu tanto que só lhe faltou ganhar em algum sítio. Levar uma coça no Funchal, descer para a quarta força política e apanhar trânsito a caminho de Santana foram apenas detalhes de uma vitória estrondosa. E, claro, a cereja no topo do bolo: perder na Ponta do Sol.

Durante algum tempo ainda se pensou que a saída de cena de Ruca seria apenas mais uma miragem, mas afinal parece mesmo que vai acontecer. Depois de deixar o partido em ruínas, apareceu na televisão, com o ar mais sério do mundo, a dizer que é altura de o partido se erguer. A pergunta que se impõe é simples: erguer-se como, se foi ele quem o deitou abaixo?

Entre as figuras que mandam no partido, há uma que merece destaque. Trata-se do conhecido senhor da webcam, aquele que ficou famoso por exibir o seu cogumelo. Já devia estar há muito afastado, mas continua firmemente instalado na mama partidária. Não articula duas frases seguidas, mas as más línguas garantem que, para alguém ganhar o partido, o “mãozinhas” tem de dar o seu consentimento.

Fica também a dúvida sobre o futuro de toda a comitiva que orbitava à volta do Ruca. A que parece um peixe mole no fundo do aquário, que só mexe as barbatanas; o seu mais que tudo, sempre presente; e, claro, a tribo das mulheres socialistas, devotas admiradoras do grande estratega e presidente do partido.

É, no mínimo, preocupante ver um partido histórico na Madeira transformado num banquete para abutres. Esqueceram-se de que a política devia servir os outros e não apenas a si próprios. O futuro não será fácil, mas há sempre esperança, mesmo que, neste momento, pareça mais fácil encontrar um cogumelo do que um rumo para o PS.