Os derrotados e "semi-derrotados" coincidem com aqueles que não ouvem!


A s eleições Autárquicas são de longe as mais participadas e de onde quase sempre se retira uma satisfação. A democracia desce ao povo na sua representação mais próxima. Há um dado curioso pensado em chefes do governo e de partidos.

Nestas eleições Autárquicas da Madeira, os derrotados e "semi-derrotados" coincidem com aqueles que não ouvem os outros! Chefe do Governo, dirigentes políticos, teimosos partidários que só querem impor o seu desejo, mas não negociar a vitória embebendo as ideias e participação genuína de todos. Parte, boa parte, advém dos objetivos pessoais. Houve um caso in-extremis, que teve meio salvamento... aguentou o bastião mas não foi muito além na sua aposta.

Portanto, os resultados das recentes eleições Autárquicas na Madeira trouxeram à superfície uma verdade incómoda, mas recorrente, no panorama político: o castigo eleitoral tende a recair sobre aqueles que se recusam a ouvir.

A lição das urnas é clara, em política, a arrogância da certeza e o desprezo pela escuta são a mais rápida via para a irrelevância. Numa sociedade plural e em constante mudança, quem não ouve acaba por falar sozinho. E o eleitorado, mais cedo ou mais tarde, desliga o som.

Também nestas eleições, percebeu-se por São Vicente que se o povo participar não há intoxicação noticiosa que resista. Aqueles que acham que mudam alguma coisa não votando tiveram um bom exemplo do seu erro.

Mesmo que forçado e contrariado, veremos agora quais os que aprendem a lição ou se vão ficar de novo pela teimosia. A democracia não é feita para pequenos ditadores, mas sim da participação, é preciso ouvir. É que por regra os que mais sabem são os que menos se exibem, quando percebem que o outro não ouve, não alcança nem está sintonizado deixam ir a parede.

Acabe-se com os magnânimos fingidos, mas acabe-se também com tanta figurinha que se repete eleição após eleição à espreita de um tachinho, com nem meia dúzia atrás. Assim, nem são pequenos partidos. Acabe-se também com os partidos que hibernam à espera que um oportunista use.