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| Falta um vídeo de como cozinhar drogas sintéticas. |
Espero que o pó branco não tenha prazo de validade para gerar mais obsolescência e vendas.
N uma Região onde o que mais acontece é falta medicamentos no hospital, Miguel Albuquerque que aposta em semear campos de golfe, imprescindível para a vida dos madeirenses e substituindo os privados, vem com o moralismo de cortar nos medicamentos e fala em desperdícios.
Eu aceito que haja desperdícios, se as pessoas se distraírem. Meu pai, por exemplo faleceu, e os medicamentos que ficaram doei a um lar. Mas também vejo que as farmacêuticas reduziram os prazos de validade dos mesmos medicamentos com os mesmos princípios ativos e composições ao longo dos anos, tudo para gerar a sua "obsolescência"
Existe, pelo menos para mim, o dilema dos prazos de validade e o desperdício farmacêutico, para mim, a maioria dos medicamentos, duram entre 5 a 10 anos. A minha perceção é de que as empresas farmacêuticas reduziram artificialmente os prazos de validade de medicamentos para forçar a sua "obsolescência" e aumentar as vendas. É aqui que reside o debate! Até para Albuquerque! Porque levanta questões éticas importantes. Embora as farmacêuticas justifiquem os prazos de validade com a necessidade de garantir a eficácia e segurança total dos seus produtos até à data indicada, estudos independentes, o do Programa de Extensão de Prazo de Validade (SLEP) do Departamento de Defesa dos EUA, demonstraram que muitos medicamentos mantêm a sua potência e segurança por muitos anos após o prazo original. Esta discrepância sugere que, em muitos casos, o prazo afixado pode ser o tempo que a empresa se compromete a garantir a estabilidade do produto, e não o tempo máximo que ele permanece viável.
Albuquerque, é isto leva a um problema significativo de desperdício, mas também a tua cabeça. Anualmente, toneladas de medicamentos que ainda estão em perfeito estado e seguros para consumo acabam no lixo ou são incinerados, representando uma perda financeira enorme para os consumidores, sistemas de saúde e o meio ambiente. Traduz-se em milhões de euros de ingredientes ativos desperdiçados só pela ganância dos números das farmacêuticas, mais caro e menos prazo. A expiração precoce obriga à compra de novos stocks, garantindo um ciclo de vendas contínuo e lucrativo para as grandes empresas, mas penalizando o orçamento familiar e o sistema de saúde, que é forçado a repor artigos que não precisavam de ser substituídos.
Albuquerque, acorda!
A solução para mitigar este desperdício e desafiar a "obsolescência programada" dos medicamentos passa por uma maior transparência e por investimentos em estudos de estabilidade a longo prazo independentes. É fundamental que as entidades reguladoras e a comunidade científica reavaliem os métodos de definição de prazos, baseando-os em dados de estabilidade real e não apenas nos períodos mínimos garantidos pelas empresas. Ao fazê-lo, poderíamos estender a vida útil de muitos medicamentos essenciais, reduzindo o desperdício, melhorando o acesso a tratamentos em regiões com escassez de recursos e garantindo que o valor dos princípios ativos não seja deitado fora em nome do lucro a curto prazo.
É espantoso como Miguel Albuquerque parece viver num mundo onde as prioridades estão viradas do avesso. Aquela cabeça lê tudo ao contrário, será que consumiu algo fora de prazo? Enquanto os madeirenses enfrentam inacessibilidade aos serviços de saúde, condição já transferida para os privados, e doentes têm de escolher entre pagar casa ou comprar comida (logo devem desperdiçar em medicamentos), o presidente do Governo Regional decide que é boa ideia cortar na despesa com fármacos essenciais e, ao mesmo tempo, investir em campos de golfe, um luxo que deveria ser inteiramente do setor privado. Isto acontece na Madeira, terra de grandes falhas nos stocks de medicamentos dos hospitais... por falta de pagamento atempado.
Albuquerque acorda e deixa de achar que os madeirenses ainda levam muito com essa cabeça a investir em supérfluos. As tuas poupança são para obras e dinheiro no Dubai?
Isto não é visão estratégica, é um retrato cruel de desgoverno. Um governante que reduz o acesso à saúde pública, mas aposta recursos públicos em empreendimentos elitistas, demonstra um profundo desprezo pelas necessidades reais da população. Não há argumento económico que justifique esta inversão moral, a saúde é um direito, o golfe é um privilégio.
Enquanto os hospitais regionais lutam com falta de profissionais, equipamentos obsoletos e listas de espera que parecem eternas, Albuquerque insiste em políticas que favorecem interesses particulares e o turismo de luxo, como se governar fosse gerir um clube exclusivo para poucos. O que ele deveria estar a cultivar não são “greens” de golfe, mas a confiança dos cidadãos no Serviço Regional de Saúde.
Esta aposta nos campos de golfe, em detrimento da saúde pública, é uma afronta aos contribuintes e um insulto aos profissionais de saúde que seguram o sistema à custa do seu sacrifício diário. É o tipo de política que cheira a vaidade e clientelismo, e que revela um governo mais preocupado em agradar investidores e elites do que em proteger os madeirenses comuns.
Se Miguel Albuquerque quer um legado, que não seja o de ter transformado a Madeira num paraíso para golfistas estrangeiros, mas num inferno para quem precisa de medicamentos. Caramba, até parece a Venezuela!
Mais esta loucura de Albuquerque deve dar para maioria absoluta sozinha, o povo gosta.
