Lei laboral: o poder que corta, o povo que sangra.


Facto: os governos do PSD são sempre os piores para os trabalhadores. Link da Notícia


Quando o governo corta, a rua responde.

O país assiste a um teatro grotesco onde a arrogância substitui a decência e a mentira se disfarça de análise política. Não é sátira: é tragédia real. O deputado Hugo Soares, sentado sobre um salário bruto de 4.603,58 euros — somando base e despesas de representação — tem a ousadia de falar das greves como se fossem caprichos ideológicos da esquerda. É insultuoso, é cínico, é ofensivo. A ironia é tão acutilante que quase corta: quem vive de privilégios ataca quem vive de salários mínimos, e ainda se apresenta como intérprete da realidade social.

A narrativa oficial é patética e previsível: as greves só aparecem porque a esquerda estimula o caos. Não. As greves aparecem quando o poder esmaga direitos, corta a dignidade, transforma o trabalhador num acessório descartável. A história do país não precisa de ser reescrita; basta ser recordada. Sempre que a direita entra, entra com uma tesoura na mão. E sempre que a tesoura avança, a rua levanta-se. É matemática social, não é propaganda partidária.

E enquanto estes discursos ocos circulam, o país desfaz-se. A saúde afunda-se num pântano de espera e desorganização. A escola degrada-se com professores exaustos e meios inexistentes. Os salários continuam enfiados no subsolo, sufocados pela inflação e pela ganância. A segurança pública fragmenta-se, a administração implode, e a esperança evapora-se. Tudo isto acelerado desde que Montenegro decidiu brincar ao poder com a velha fórmula do retrocesso embrulhado em “reforma”.

O novo Pacote Laboral é o manual clássico do desastre, cortes disfarçados de modernização, precariedade embrulhada em conversa digital, retrocesso apresentado como coragem política. É tudo menos reforma; é a amputação social. Quando o governo escolhe o capital e abandona o cidadão, a resposta é inevitável: contestação. Quando o governo insulta quem trabalha, o país implode de indignação.

A instabilidade não é um acidente; é uma consequência lógica de políticas violentas. A paz não surge por magia; constrói-se com justiça. Um governo que decide governar contra as pessoas cava a sua própria sepultura política, e arrasta o país para dentro dela.

Hugo Soares pode continuar a debitar frases feitas, mas a realidade não muda: quando o poder decide atacar, o povo responde. Sempre respondeu. Sempre responderá.

E a direita, com a sua velha obsessão por retirar, cortar, reduzir e silenciar, que não venha fingir surpresa quando a rua ruge. Porque a rua ruge quando a dignidade é pisada. E neste momento, está a ser esmagada.


Os argumentos do Governo: