Ronaldo vai perder muitos dos admiradores que tem


R onaldo só tinha que se deixar no desporto e mesmo assim ter cuidado com algumas propostas publicitárias. Narcisista, vai ao encontro do "pai", caiu pelo lucro entre duas forças onde não deveria estar, Arábia Saudita e Donald Trump e os MAGA, que afinal para faer a América Grande Outra Vez recorre a um estrangeiro para ver se lhe cura a impopularidade nos Estados Unidos.

Muitos desportistas são tentados a acordos oportunistas de curto prazo, mesmo que sejam financeiramente mais lucrativos, com gente de imagem caída em desgraça, porque imediatamente se associam a eles. 

Há pouco tempo foi colocado a circular que Ronaldo tinha admiração por Trump, no início deixou muitos incrédulos, até parecia fake news pelo inusitado, despropositado e porque ninguém iria cometer semelhante erro na carreira e defraudar tantos seguidores nas redes sociais que agora, mais do que nunca, serão o seu valor de mercado depois de abandonar o futebol. Depois veio a confirmação de que era verdade, Cristiano Ronaldo manifestou a vontade de conhecer Donald Trump, em entrevista a Piers Morgan, houve vídeo e alguns puderam assistir ao programa. E disse: "Espero poder conversar com ele algum dia, porque ele é uma daquelas pessoas de quem eu realmente gosto. Acho que ele consegue fazer as coisas acontecerem, e eu respeito pessoas assim. Donald Trump é uma daquelas pessoas que podem ajudar a mudar o mundo"

Donald Trump está de facto a mudar os EUA e o mundo para pior. Usa o poder para enriquecer, é um imperialista ocidental que admira ditadores, é o traidor de países amigos e aliados, põem em causa a Europa sempre com uma forma de favorecer a Rússia (deixando uma porta aberta a que acabe o servicinho na Ucrânia).

Este erro de Ronaldo é colossal, mas também o seu narcisismo já o tenha entalado muito antes e vai cumprir o beija mão a Trump, usado como trunfo da Arábia Saudita. Há poucos dias Ronaldo desvalorizou uma "honraria" do seu país, atribuído pelo Presidente da República Portuguesa, após o jogo com a Arménia, e agora apresenta-se com esta prioridade.

Ronaldo se queima assim os seus créditos qualquer dia está como Albuquerque num programa de Cristina Ferreira a fazer poncha.

Esta jogada é clássica de quem perde popularidade e tem ainda mais dinheiro. Há mais desportistas algo destas situações, inclusivamente dentro do movimento MAGA por outro caído em desgraça, o Elon Musk. Este tentou um contrato milionário com Max Verstappen para salvar a sua cara e a da Tesla, o problema é que parece que o rapaz ou quem gere a sua carreira tiveram outro entendimento e a proposta foi rejeitada, o que demonstrou a rigidez da "marca" Verstappen em relação aos seus princípios, não só em contratos de corrida, mas também em parcerias comerciais. A marca Verstappen procura parcerias que sejam sólidas e de longo prazo. Não querem associar a imagem a um produto ou pessoa que podem colapsar rapidamente. A mesma atitude aconteceu com propostas de patrocínio multimilionárias de empresas de criptomoedas.

Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és. Lembram-se daquele governante português que aconselhou investir no BES quando estava às portas da hecatombe. Quem tem fama deve ter o princípio de não promover produtos e pessoas que não compreendem totalmente ou que não garantam segurança e estabilidade aos seus fãs que o vão seguir. Donald Trump é um distribuidor de conflitos pela sua personalidade e forma de negociar.

Ronaldo deslumbra-se e não sabe recusar propostas parasitas sem a sustentabilidade e credibilidade dos projetos. Com isso, casa-se com referências que lhe vão arruinar a imagem. Ronaldo admira um narcisista da extrema direita americana, que protege alguns verdadeiramente nazistas, renega o seu país e trai muitos dos seus fãs pelo mundo fora. Uma personalidade do mundo não poderia se estatelar em tamanha asneira. Só tinha que se manter no desporto.

O Mundial tripartido entre EUA, Canadá e México terá a sua pior parte nos EUA, a exemplo do que foi o mundial de clubes com campos desadequados. Espero que Ronaldo possa ter paragens de jogo até que acabe o mau tempo e a trovoada na sua carreira.

Todos os negócios com Trump é para perder: