R ecentemente veio a público uma notícia que dava conta da condenação do cantor regional Ruben Aguiar. O artista foi acusado de se ter envolvido numa altercação com outra pessoa, numa bomba de gasolina e, resultado disso, num momento de ira, abalroou o visado com o carro, passou-lhe por cima, deixando-o em estado grave e não prestou qualquer auxílio.
Os factos passaram por três tribunais que, no fim, consideraram que o cantor teve intenção de matar o visado e que, por isso, irá cumprir seis anos de prisão.
Contra factos não há argumentos e, contra sentenças de três tribunais, muito menos. Portanto, é seguro e público afirmar que Ruben Aguiar é um criminoso que tentou matar uma pessoa num ataque de ira e que também é um perigo a guiar. É uma paronomásia que tinha de ser feita neste caso (não é injúria, é figura gramatical).
Publicamente, temos assistido a uma onda de apoio ao cantor e a uma onda de indignação contra a justiça por… ter feito o seu trabalho.
Totalmente incompreensível. Não é, nem pode ser, aceitável que se repudie publicamente uma decisão judicial que, neste caso, teve contornos de malvadez e detalhes sórdidos. Os vídeos mostram que ele quis mesmo passar por cima da vítima e ainda teve o desplante de fazer marcha-atrás em cima do homem.
Qualquer pessoa que sinta condescendência pelo ato e omissão do cantor, ou um sentimento de injustiça na pena aplicada, é totalmente desprovida de moral e do mais básico sentido de vida em sociedade.
Ninguém parece colocar-se na posição do lesado (link), que, por causa da ira de um indivíduo, quase perdeu a vida, ficou gravemente ferido e carrega as sequelas físicas e mentais de todo aquele instante em que, por momentos, viu a vida escapar-lhe.
É inaceitável ver figuras públicas e cidadãos que se dizem de bem virem demonstrar solidariedade e apoio ao cantor um homem que cometeu um crime absurdo e totalmente inaceitável, que não tem a dignidade de o assumir, nem a humildade de pedir desculpa e demonstrar arrependimento, pior ainda, escuda-se em Deus e na Família para apelar à condescendência e inverter os papéis, tentando vender a imagem de mártir da justiça, quando, na verdade, movido pelo ego, pela ira e pela altivez ridícula de um vedetismo ignóbil, quase tirou a vida a outro ser humano.
A vítima, Carlos Sales, esteve internada vários meses, foi submetida a três cirurgias e ficou com sequelas permanentes e incapacidades.
Os danos estendem-se à família, que viveu dias de drama e provavelmente ainda os vive. Psicologicamente, ficaram todos afectados, com síndrome pós-traumática musculoesquelética, perturbação de stress pós-traumático, síndrome depressiva reactiva, síndrome de ansiedade generalizada e fobia situacional. A tudo isto juntam-se o dano estético e as repercussões sociais, familiares e laborais que só quem passa por isto conhece.
O Ruben Aguiar, já que é tão crente em Deus, devia era agradecer a bênção divina de ter sido condenado apenas a seis anos de prisão, de, na sua fuga, não ter sido submetido a teste do balão ou a análises toxicológicas porque, se tivesse sido, a pena seria bem pior , e agradecer à família do lesado por não ser de outra etnia, caso contrário, quem ia pedir para ser preso rapidamente era ele.
A todos os que defendem que o Ruben é inocente e que tudo isto é uma injustiça: metam as mãos na consciência e coloquem-se na pele da vítima, ou da pessoa que recebeu a notícia do sucedido, e talvez consigam sentir o peso do resultado da ira do cantor.
Importa dizer que este tipo de comportamento de Ruben não é novidade. Já não era a primeira vez que se envolvia em discussões, trocas de palavras e ameaças em situações semelhantes. É conhecido por ser alguém a quem “salta a tampa” com facilidade e que tenta resolver tudo à base de insultos e ameaças de porrada.
Agora, vai para o sítio certo. Vai ter tempo para orar a Deus e a todos os santos e, se quiser resolver as coisas à pancada, vai encontrar quem o ensine, mano a mano, que “quem vai à guerra dá e leva”.
O lado positivo? Estaremos a salvo de o ouvir pelos arraiais fora. Sem dúvida, uma excelente medida e melhor ainda, Ruben não estará a guiar.
Quanto à família Aveiro, que veio a público fazer uma choradeira em defesa do cantor e bradar pela sua inocência, convém pôr a mão na consciência. Do alto da vossa fama, há coisas que não se misturam. O carinho e a amizade pelo cantor são pessoais e inquestionáveis e devem ser demonstrados entre portas, porque isso é entre Aveiros e Aguiares.
Outra coisa é defender publicamente um criminoso, quando se pertence a uma família com foco mediático e elevada influência, isso é, no mínimo, condenável.
Além de estarem a defender um alegado acto de injustiça que nunca existiu, colocam em causa o sistema judicial português, influenciam negativamente a opinião pública e, por outro lado, afetam psicologicamente a vítima e a sua família.
Pensem quando é ao contrário quando alguém se manifesta contra o CR7 ou o ofende publicamente qual é o vosso sentimento e as reações que daí advêm.
O Ruben é um criminoso, vai cumprir a sua pena de prisão como todos os criminosos e em pé de igualdade com os que por lá estão e ainda vai pagar as despesas de toda esta trapalhada e não vale a pena vir para as redes sociais se fazer pai de família e pedir a bênção divina porque isso é hipócrita e quem o conhece bem sabe que é conversa da treta, esperemos que estes anos na prisão o tornem mais humilde e que em situações semelhantes aprenda a conter a ira e não prejudique outras pessoas, as más línguas dizem que quando ele ouviu a sentença até ficou gago.
