Madeira: alegria ignorante, responsabilidade ... zero!


N um cenário hipotético, um invento inesperado inutiliza as infraestruturas críticas: a completa impossibilidade de comunicação pela Internet com o exterior. A ilha da Madeira, altamente dependente de ligações submarinas e satélites, fica subitamente isolada do resto do mundo digital. Apesar do choque inicial, rapidamente se torna claro que a comunicação interna e o acesso à informação continuam a ser essenciais para o funcionamento da sociedade. Surge então a necessidade de criar uma intranet robusta, capaz de substituir, dentro da ilha, muitas das funções da Internet global.

O primeiro passo é garantir a infraestrutura de rede física, utilizando uma combinação de fibra ótica já existente, ligações por rádio entre zonas mais afastadas e redes Wi-Fi públicas em áreas urbanas. Esta base permite que computadores, telemóveis e sistemas dos serviços públicos comuniquem entre si. No centro da rede são instalados servidores locais, distribuídos por vários pontos estratégicos da ilha para garantir redundância e estabilidade. Esses servidores passam a alojar todos os serviços digitais essenciais, funcionando como o “coração” da nova rede madeirense.

Os serviços públicos são priorizados, portais da administração regional, saúde e educação são recriados para funcionar exclusivamente dentro da intranet. Marcação de consultas, comunicação entre escolas, acesso a documentos oficiais e divulgação de avisos importantes passam a ser feitos através de sites e aplicações locais, acessíveis a qualquer cidadão ligado à rede da ilha. Paralelamente, é implementado um sistema de mensagens instantâneas interno, permitindo a comunicação rápida entre pessoas, instituições e equipas de emergência, substituindo aplicações externas que deixaram de funcionar.

Para garantir o acesso ao conhecimento, uma versão local da Wikipédia é instalada nos servidores, com milhões de artigos previamente armazenados e organizados em português e noutras línguas. Esta enciclopédia offline torna-se uma ferramenta fundamental para estudantes, professores e para a população em geral, reduzindo o impacto do isolamento informativo. Da mesma forma, é criado um sistema de e-mail interno, no qual os endereços funcionam apenas dentro da intranet da Madeira, mas permitem comunicação formal, registo de informação e continuidade do trabalho administrativo e empresarial.

Com o tempo, a intranet da Madeira deixa de ser apenas uma solução de emergência e transforma-se num ecossistema digital próprio, adaptado às necessidades locais. Embora a ligação ao exterior continue impossível enquanto o invento estiver ativo, a ilha mantém a sua coesão social, o funcionamento dos serviços essenciais e o acesso ao conhecimento, demonstrando que, mesmo isolada do resto do mundo, uma comunidade pode recriar internamente uma “internet” funcional e sustentável.

Gostaria de saber o que está a ser feito para mitigar os efeitos que um evento que corte as ligações com o continente: Internet, saúde, energia, alimentos, etc