Sátira Eleitoral


Numa terra aqui tão perto
que nada tinha de estranja
dominava um poder certo
47 anos laranja

Da miséria fez bandeira
e da ignorância o medo,
mas muito à sua maneira
criou f(l)ama desde cedo

Foram anos repetidos
d'indigestas maiorias
sustentadas nos sentidos
de quem ia em cantorias

Do vinho seco à espetada,
e pão com manteiga de alho,
a populaça enganada
era mandada ao (a rima é por vossa conta)

No fim de basta festança
c'os alarves salivando,
a conta da abastança
ia p'rós parvos do bando

O fim de certa sondagem
mudou o final da história,
à espera de uma contagem
ficou suspensa a vitória

A escolha da arquibancada
foi renegar o sistema,
não contavam com a PANcada
de um simples telefonema

E de um par se fez um trio,
em ligação anacrónica,
foi resolvido o fastio
com as palavras da Mónica

Se me querem, eu me entrego,
como um caruncho à maneira,
a vocação não renego:
sou o bicho da Madeira.

Fernando Letra

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 26 de Setembro de 2023
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