Concurso técnico superior na área do serviço social para a Educação


Conterrâneos(as),

P elos textos, ainda que anónimos, que tenho lido no correio da madeira, estes vão dando conta do degredo que a educação enfrenta, seja na sua principal estrutura que está mal entregue ao atual secretário (ele sempre vai voltar a dar aulas de ed. física?), como as restantes hierarquias.

Desta vez, falemos abertamente (ou quase, vá) de mais um concurso envolto num mistério sacral onde valeu (para variar) o clientelismo, o compadrio e outras formas menos respeitosas que nem parece bem aqui elencar.

Traz-se à reflexão o concurso para técnico superior na área do serviço social, que conheceu hoje a lista definitiva de candidatas aprovadas, e a feliz comtemplada para o poleiro, quer dizer, cargo. Dessa lista conhecida, podemos já fazer uma mini reflexão - cinco candidatas APROVADAS, nenhuma com experiência na área, nenhuma com currículo que se diga benza a Deus, mas lá ficaram aprovadas. 

As outras, as que têm largos anos de experiência em distintas áreas de intervenção, com currículos académicos e profissionais completos, ficaram com um a) à frente ao nome (e bico), que é o mesmo que dizer que não obtiveram nota superior a 9.5 para prosseguirem no procedimento.

Mas, de fonte segura partilha-se que numa prova escrita onde 9 ou 10 valores eram atribuídos ao desenho de um projeto de intervenção para o exemplo que propunha de uma família com necessidades de intervenção sistémica de qualidade, ajustada caso-a-caso, bem como ao seu ciclo vital, aos seus sistemas e supra-sistemas ( e não às teorias datadas do ano 2008 e 2011 conforme bibliografia requisitada para prova), questiona-se a idoneidade tanto do júri como de quem elaborou as pesudo-questões e da comissão de avaliação. As assistentes sociais mais experientes ficaram com notas inferiores ao necessário mínimo para continuarem em concurso.

Parece impossível acreditar que assistentes sociais que estão na intervenção há 10 e mais anos, com (mais que) lente sistémica no conhecimento das famílias, não tenham valorado minimamente para serem propostas a entrevista, mais uma vez reflete-se sobre as possíveis prevaricações que foram tidas por várias pessoas neste concurso, desde logo ao presidente de júri.

Se por um lado acredito que os concursos públicos vão estar sempre envoltos numa grande controvérsia e falta de confiança dos cidadãos/candidatos mesmo que não haja prevaricação, por outro, acredito que dá sempre um jeito muito grande que 121/CPA, não releve!

Continua a ser por isto, que há uma massificação de dissertações sobre a identidade do serviço social e dos seus campos de ação, por isto também, pela falta de atualização (ou devemos chamar falta de investimento pessoal?) dos profissionais inseridos nas carreiras públicas que o serviço social, não vinga, não se afirma, e não legitima o seu espaço. Não julguem que é a ordem que nos salva, quando no terreno outras profissões se mostram mais profícuas no trabalho com a comunidade escolar. Saúda-se o trabalho dos educadores sociais, dos sociólogos e dos psicólogos, que a (a bem ou mal) estão inseridos e com grandes trabalhos na região. Quais os projetos pioneiros ou não que estão na alçada ou movimentados por assistentes sociais? 

Não há como combater o obscurantismo quando não há trabalho de qualidade inferido no terreno escolar. Não há como proteger uma profissão que não se blinda com os melhores profissionais para os cargos, continuo a saber boas/bons profissionais precariamente empregados noutras áreas ou mesmo desempregados, ou até empregados(as) em campos que não se identificam, mas o certo é que os armários das cozinhas das casas desses profissionais não se enchem com ar.

Felizmente é conhecido o trabalho meritório de muitas colegas madeirenses noutras áreas, agora, na educação, o caminho é sinuoso e não acredito nesta leva que a educação abraçou, é mais uma que daqui a uns dias viaja para outra dependência porque a educação “não é nada do que se pensa”.

Resta felicitar a candidata aprovada e o Gonçalo e dizer ainda que até podia escrever mais uma gavela de reflexões, nomeadamente sobre o concurso aberto na mesma altura para Psicólogos, mas, são 17h e tenho de sair.

Platão, anda ver isto!

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 3 de Setembro de 2024
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