C omo fiel seguidor do Correio da Madeira, não posso deixar de observar com atenção o debate em torno da Audição Parlamentar sobre os incêndios e a ausência do Presidente do Governo, Miguel Albuquerque. Neste contexto, a decisão do Presidente de responder por escrito, em vez de marcar presença pessoalmente, tem gerado alguma controvérsia. Contudo, considero que esta opção está em linha com o que o Regimento prevê, e que devemos analisar esta situação com equilíbrio e bom senso.
É importante destacar que, ao optar por responder por escrito, Miguel Albuquerque não está a fugir às suas responsabilidades nem a desrespeitar o Parlamento. Pelo contrário, está a utilizar um mecanismo legal e regulamentado, que faz parte das prerrogativas do seu cargo. O Regimento da Assembleia Legislativa permite esta modalidade de resposta, e Miguel Albuquerque está, portanto, a cumprir o que está estipulado nas regras parlamentares. Não devemos confundir uma escolha regulamentarmente válida com uma tentativa de evitar escrutínio.
Além disso, não podemos esquecer que Miguel Albuquerque nunca teve medo de responder a nada nem a ninguém. Aliás, basta lembrar a situação da chegada dos aviões com a Polícia Judiciária na Madeira, em que ele deu sempre o corpo às balas, enfrentando todas as questões de frente. Nem mesmo Alberto João Jardim, conhecido pelo seu estilo combativo, conseguiu fazê-lo da mesma forma. Jardim, em várias ocasiões, chegou a mandar embora a comunicação social para evitar ser "entalado". Albuquerque, pelo contrário, tem mostrado uma postura de firmeza.
Por fim, defendo que, enquanto cidadãos, devemos focar-nos no conteúdo das respostas e na eficácia das ações do Governo Regional, em vez de nos deixarmos levar por polémicas em torno da forma de participação. O essencial é que o Presidente do Governo responda de forma clara e transparente, o que está a ser garantido, ainda que por escrito. É nesta substância que devemos concentrar a nossa análise.
Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 4 de Setembro de 2024
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