A pouca inteligência da JPP, passageiro ou congénito?

 

O primeiro ponto desta sondagem é se ela é representativa e confiável, se não é fruto dos "profissionais" do clique. Tomando ainda assim para análise, percebe-se que o PSD sozinho fica com 42% dos votos e uma coligação alargada de PS, JPP, Chega, IL e PAN dá 40%. É natural que Albuquerque queira ir para eleições para mais um ano de oxigénio. E pergunta-se porque é que neste descalabro, o PSD ainda segue em frente para ganhar? Para mim é a soma dos interesses fixos cimentados durante 50 anos e a falta de saber da oposição em não meter medo aos votantes do PSD e serem credíveis para aguentar a máquina do poder. É que na oposição, com tão pouco poder, não dão garantias, apesar de sabermos que o poder e os interesses baixam a bola, em busca do El Dorado de cada um.

Eu não acredito no resultado da CDU, é de profissionais do clique, os outros também podem ser em menor escala, o que não deixa de ser uma mostra de mobilização e adesão que será traduzida em capacidade para chegar aos votos em campanha, coisa que vai faltando à CDU, quando ainda por cima não muda.

Não sou da JPP, é importante para a análise saber-se isto.

Todos dizem que a JPP precisa de crescer e, quando dizem crescer, já não sei bem o que é, mas vou tentar explorar no meu texto. Antes de mais, reconhecer que na política já não orbita boa gente, esses, por experiência na apetência, apanharam nojo da política atual, o que permite piorar a situação. Se olharmos para o PSD Madeira, chegou a este estado de putrefação porque entre os críticos que levariam o partido por bons caminhos, preferiram yesmen, rabos de palha, mafiosos, gente sem escrúpulos, testas de ferro, ordenanças e caciques.

Sem críticos o PSD-M não pode melhorar e vai pelos caprichos do Presidente fugido à Justiça. O culminar da situação foi ver a Presidência a dar guarida em tempos a um ex drogado, ex presidiário, intriguista de outro partido, perseguidor e maldizente de quem tem luz própria, até lhes estragar a vida, o PIDE das redes sociais. Os militantes do PSD que veem esta opção, percebem logo que não estão ali a fazer nada e que a boa semente vale lixo. Vão me dizer... porque não lhe dar a oportunidade de se reabilitar? OK, e eu respondo onde está a oportunidade das pessoas sérias para salvar o PSD-M e, se acaso, a má semente reabilitou-se ou se perseguiu até anular a boa semente? O que significa a demissão do chefe de gabinete de Albuquerque? Que já ninguém o atura rodeado de crápulas? Isto é uma lição partidária para todos, o que não se deve fazer, premiar o ERRADO! Promover a inversão de valores, premiar a insolência e a cegueira.

Dou este exemplo porque está na base da JPP não crescer e se dimensionar para governar. Quando vemos a sondagem do DN-M online, avesso e perseguidor para anular a JPP, por fel do seu Director que tantas vezes foi acusado pela ERC, percebemos que a sondagem foge do manobrável, ou seja, a dimensão da realidade esmaga os jeitinhos.

O ambiente anda tão inquinado que é difícil à boa semente confiar nas intenções de outra boa semente. É mais ou menos desconfiar do CM porque a Opinião só pode sair dos partidos. Portanto há gente a falar sério e há ouvidos de líderes destruídos pelo ambiente político. Contudo o destino traz esclarecimentos, e na hora de manter o sistema de sucção da máfia no mau sentido vemos como se organizam para eliminar a boa semente, e tudo fica claro.

Não é só o PS que perde oportunidades atrás de oportunidades e não ouve, a JPP está noutra etapa de deslumbramento do crescimento, como Cafôfo já teve. Um momento em que, nem toda a informação está disponível nem todos os tiques analisados. Contudo, saber lidar com as fações na dimensão da JPP é uma amostragem do que será num partido maior. A JPP corre o risco do convencimento que não ouve por ser o partido do menos mal, sem ideologia, que recebe votantes desinteressados do PS e do PSD. Certamente tem valor por ser aguerrido e justificado por papelinhos, confere confiança de trabalho sério.

Há um pormenor, se recebes votos é para representar, se ficas com os votos e não és seu porta-voz, eles acabam por fugir. A JPP no seu núcleo e casulo fechado ao exterior, ainda não percebeu que deve deixar de ser o partido ainda pequeno da fação de dois irmãos e deve começar a gerir a JPP como partido grande. Quando se gere um partido com mais gente mas à dimensão do concelho, esperando que os outros venham por arrastamento, é certo que nalgum dia perceberão que não fazem parte da decisão e do desafio, são meros yesmen nas características da JPP. Um PSD dos pequeninos, os mesmos tiques. No PSD agora chamam-se elites.

Mas por outro lado, a dimensão por sucesso, entrega à JPP gente para escolher, algo que outros partidos não têm. Mas também dá oportunidade e autoridade, pelos votos e popularidade, para fazer convites e assim abrandar os medos dos oportunistas e má semente. Julgo que alguns comboios já passaram pelo JPP e este nem se deu conta que até pode crescer, mas não tanto, por incapacidade de gestão de meios humanos a outra escala, mantendo-se na estrutura de concelho que não mete medo aos que existem, mas que cedo ou tarde, se o partido não evolui para ocupar o lugar do PS, muito menos ocupará o lugar do PSD.

Quando a JPP, entretida em fações para as Autárquicas na CMSC, vê a abstenção do PSD em plenário para viabilizar propostas da oposição, algo se está a comunicar. Quando no PSD Jardim tem 3 ou 4 apostas, mas uma fixa, e Manuel António Correia (MAC) não é opção, significa que este não é fiável para manter o sistema de sucção da máfia no mau sentido e escolherá outro caminho para o PSD. Significa que há gente ao menos parecida com a JPP no PSD. É ou não verdade que a JPP já recebe votos de social democratas? Quando se chega ao ponto de exonerar companheiros de partido (o PSD) dentro do Governo, é sinal que deixou de haver comunicação e respeito partidário, os seguidores da MAC passaram a ser da "oposição". Quando a JPP vê funcionários públicos a serem perseguidos, para além de serem do Sporting, Benfica ou Porto, são social democratas que o PSD não quer, o partido agudiza a situação de amealhar e proteger ladrões, criminosos, bandidos, PIDES, drogados, corruptos, etc. É um erro os partidos de toda a oposição desprezarem o momento dos funcionários públicos perseguidos. Nem por estratégia política percebem o filão de votantes se querem ter sucesso.

Quem não sabe ler momentos para crescer, nunca mais será unido com mais pessoas que se reveem num novo grande partido. Mas eis a oportunidade de aproveitamento de quadros de um partido tresloucado, que também tem boa gente, à mercê de outro que precisa de crescer para se consumar o desejo de governar a Madeira, o que já foi manifestado. Mas com que estrutura? A de concelho que faz uma perna nos outros? Aqui está o verdadeiro desafio da JPP, nunca será partido maior com este medo, acabará como tantos outros na busca do maior grupo parlamentar ou de segurar o concelho (deve ser por isso que o PSD oferece Santa Cruz para a JPP não crescer noutros lados). Assim, a JPP acabará por perder as oportunidades como o Cafôfo com PS-M, com impopulares à perna para maior desgraça. 

A JPP deve começar a olhar para fora, ver os exemplos para não começar a mingar de repente por não representar mais do que o núcleo duro.

Quando uma estação e apeadeiro não entrega e recebe passageiros, a empresa de caminhos de ferro extingue a zona por falta de motivos para rentabilizar o serviço.  

A sondagem diz que se a JPP é o novo líder da oposição, tacitamente reconhecido pelo PS que quer coligação pré-eleitoral para disfarçar os seu descalabro, mas também diz que não é suficiente para destronar o PSD, o que por sua vez significa outra coisa, que a JPP se quer de facto ser poder vai ter que ir buscar o apoio dos social democratas maltratados pelo PSD de Albuquerque e de Jardim, com fortes probabilidades de ser boa semente por não oferecer garantias de manter o sistema de sucção da máfia no mau sentido. É preciso ler os acontecimentos.

Se Albuquerque liderasse a JPP, já teria visto este filão para se manter no poder, é preciso faro nos objetivos. Se o PSD vai de novo "repartido" para eleições internas (ou nem isso), a maior realidade já não partidária mas sim pelo sistema de sucção da máfia no mau sentido, cada bom "pedrado" no seu interesse e onde a democracia livre não põe os pés.

Agora vamos ver a qualidade da JPP perante este cenário, vai definir-se se é partido de poder ou de concelho por muito nacional que usem.

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira
, 22 de Novembro de 2024
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