Carta do Pai Natal ao Miguel Albuquerque

 

C aro Miguel, espero que esta carta te encontre bem, com aquele sorriso confiante que só os líderes de longa data sabem cultivar. Escrevo-te diretamente do Pólo Norte, onde, entre embrulhos e renas em greve (eles também querem um aumento, vejam só!), fiquei a par das últimas movimentações aí na Madeira.

Pois bem, Miguel, quero deixar claro: o Pai Natal quer eleições, sim senhor. Não é que eu seja contra mandatos prolongados, veja-se o meu caso, há séculos no cargo sem contestação. Mas, convenhamos, já era hora de rever o contrato! Imagina só: renas sindicalizadas, anões a pedirem teletrabalho e eu sem orçamento para renovar o trenó. E é aqui que chegamos ao ponto: não aproves esse orçamento, homem! Sabes porquê? Porque justiça é justiça, e não há nada como um bom período de avaliação.

Ora, até eu, que só apareço uma vez por ano, já passei por um inquérito interno: os miúdos reclamaram que eu trazia menos brinquedos, mas mais discursos vazios. Já pensaste no que pode surgir se alguém avaliar as tuas “ofertas” de governo? Além disso, o meu saco está cheio de desejos natalícios da tua população. Curiosamente, não pedem PlayStations, nem viagens a Cancún. Não, Miguel, pedem eleições! Pedem transparência, honestidade, e sobretudo, pedem para ter uma palavra a dizer. Eu sei, é aborrecido quando o povo fala, mas democracia tem dessas coisas.

Então, fica o recado: se queres continuar a fazer parte da minha lista dos bonzinhos, não aproves o orçamento e dá ouvidos à ilha. Ah, e um conselho final: cuidado com as meias que pendurares na chaminé este Natal… porque podem acabar cheias de votos de protesto.

Votos de uma governação mais transparente 

Pai Natal

P.S.: E se não concordares, tudo bem. Já estou habituado a lidar com políticos que acreditam mais em si próprios do que no espírito natalício!

Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 1 de Dezembro de 2024
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