M iguel de Sousa é um caso de estudo da política madeirense. Um homem que deve tudo a Alberto João Jardim e ao PSD, mas que, num espetáculo de ingratidão sem precedentes, se dedica agora a morder a mão que lhe deu de comer. Um ressabiado de luxo, que em vez de desfrutar da reforma política com alguma dignidade, prefere transformar-se numa personagem de farsa, oscilando entre o oportunismo e a traição descarada.
Veja-se o seu mais recente número de circo: prefere ver o PSD refém do JPP a admitir uma maioria absoluta liderada por Manuel António Correia. Sim, esse mesmo PSD que lhe proporcionou tudo o que tem na vida, mas que agora já não lhe serve porque não lhe dão palco. De barão do partido passou a cortesão da oposição, trocando décadas de discurso sobre estabilidade governativa por uma aliança improvável e absurda com um partido que, até ontem, ele próprio desconsiderava.
Mas não é só na questão eleitoral que Miguel de Sousa mostra a sua total falta de princípios. Basta lembrar a sua patética ameaça de não votar no PSD caso a Câmara Municipal do Funchal aprovasse a nova Lei do Ruído. Imaginem bem: um homem que foi vice-presidente do Governo Regional, que se diz defensor da política séria, a condicionar o seu voto com base num regulamento camarário que pretende equilibrar o direito ao descanso dos cidadãos com o funcionamento dos bares e restaurantes. Para ele, governar é irrelevante se isso significar regular o barulho. Eis um estadista!
Este é o mesmo Miguel de Sousa que durante anos se alimentou do legado de Alberto João Jardim, beneficiando do estatuto e influência do PSD como um nobre parasita da máquina partidária. Mas, como qualquer ingrato de manual, não hesita em cuspir no prato onde comeu assim que lhe convém. Jardim, que fez dele vice-presidente, que lhe deu espaço e relevância, hoje deve assistir a esta triste figura com a resignação de quem já viu de tudo.
No fundo, Miguel de Sousa é o típico político que nunca teve coragem de se afastar quando devia, nem inteligência para se manter relevante sem se tornar ridículo. Agora, vagueia pelo debate público como um espírito penado, tentando impor uma visão política que ninguém quer ouvir, num presente que já não lhe pertence.
Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 13 de março de 2025
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