Texto "Socorro" (link).
S e os resgates a estrangeiros não foram pagos, a responsabilidade é das autoridades competentes. Deveria ser obrigatório um seguro que cobrisse esse tipo de incidentes, o que dificultaria a fuga ao pagamento. No entanto, as operações de busca e salvamento não podem ser realizadas com base na nacionalidade ou na capacidade de cobrar os custos envolvidos.
Optaram por transformar a Madeira num destino de massas; agora, é necessário lidar com as consequências. Quando surgirem problemas internacionais e os turistas com menos recursos deixarem de vir, e os que têm dinheiro já não considerarem a ilha um destino de qualidade, os únicos "visitantes" serão as moscas sobre a porcaria em que a ilha se terá tornado. Curiosamente, quem hoje se queixa do excesso de turistas continua a eleger quem promove esse tipo de turismo.
Se restaurantes, tascas e alojamentos locais não passam recibos, a culpa é novamente das autoridades competentes, que não fiscalizam, seja por falta de meios ou porque não lhes convém.
Além disso, encheram o setor hoteleiro de trabalhadores estrangeiros para baixar ainda mais os custos de trabalho. Hoje, a qualidade já não é prioridade; o que interessa é a quantidade e o lucro imediato.
Os madeirenses com formação procuram oportunidades fora da ilha, onde o seu trabalho é valorizado. Não ficam para serem explorados por meia dúzia de "patos-bravos" que se acham grandes empresários.
Essa história do "cantinho do céu" é uma ilusão alimentada por discursos vazios. A Madeira sempre foi, para muitos, apenas mais um buraco esquecido perto de África. A qualidade de vida era (e continua a ser) privilégio de uma elite, quem não pertencia às famílias endinheiradas era obrigado a emigrar para poder construir algo que pudesse chamar de seu.
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