Dia da Criança no SESARAM: o que se vê… e o que continua invisível


O Dia da Criança foi amplamente comemorado no SESARAM, com destaque para as visitas ao serviço de pediatria do hospital, à SMINP e à consulta externa de pediatria. Imagens sorridentes circularam nas redes sociais e nos meios de comunicação, com a presença do “Garras” do Marítimo e da Secretária Regional da Saúde a levar alegria às crianças internadas.

Mas há histórias que não passam nas notícias.

Mais uma vez, ficam de fora as crianças que frequentam o Centro de Desenvolvimento e a Consulta de Reabilitação Pediátrica — crianças que, pela sua condição, deveriam ser vistas com ainda mais atenção, respeito e inclusão.

Não houve visita, não houve símbolo, não houve presença institucional.

Foram as equipas técnicas que, com dedicação e criatividade, se desdobraram para assinalar esta data junto destas crianças e das suas famílias. Fizeram-no com o que tinham: tempo roubado às agendas, materiais improvisados, e uma vontade firme de não deixar estas crianças de fora… de novo.

Porque isto não é de agora.

O afastamento destas crianças e famílias começou há muito. Serviu-se a pandemia como justificação para as afastar do espaço hospitalar, relegando-as para fora do olhar institucional, como se a sua condição não merecesse visibilidade. Como se o seu sofrimento não fosse igualmente digno de atenção. Como se o seu sorriso não contasse tanto como os outros.

Neste Dia da Criança, celebramos cada uma destas crianças — as que aparecem nas fotos e as que continuam invisíveis.

E deixamos uma pergunta: que infância queremos cuidar? A que está diante das câmaras, ou a que precisa realmente ser vista?

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