C om a malta nova a emigrar porque aqui não se vive, o "core" da UMa nasce já lá fora e a prole de betinhos das famílias de poder não fazem a casa, até porque é fino luzir canudo de universidade estrangeira. A mão de obra barata vem ganhar dinheiro que, mesmo mal pagos, nas suas terras vale muito. A apetência é mais sobreviver. Quem tem um mundo para escolher, não vem para cá a menos que tenha cursos fora de série.
A Universidade da Madeira alcançou um feito notável este ano: 62% das vagas preenchidas. Um resultado tão brilhante que deve ser estudado… no curso que ainda não existe: “Gestão de Expectativas e Fracassos Académicos”, ou “Empregar na Universidade como se fosse no Governo Regional”. Não sei se eles devem ensinar ou receber formação...
Uma taxa tão baixa que, se fosse uma nota de exame, daria direito a recurso… mas a UMa já está habituada a ficar em segundo plano: não é primeira escolha, não é segunda, e em alguns casos nem foi escolhida – o aluno simplesmente esqueceu-se de retirar a candidatura.
Mas calma, isto não é um problema. É oportunidade! Afinal, a Madeira é uma região reconhecida por transformar pequenas quantias em verdadeiras fortunas, tem uma reputação internacional invejável. Offshore, negócios discretos, políticos criativos… então por que não alinhar o ensino superior com a imagem da região? Basta lembrar a Associação de Promoção da Madeira, que prometia fazer magia: pegar em 170 mil euros e transformar em 11 milhões. Se isso não merece um lugar no currículo académico, não sei o que merece.
Por isso, a UMa prepara-se para inovar, novos Cursos e Disciplinas 2026/2027:
- Licenciatura em Corrupção Estratégica – com estágio curricular nos corredores do poder.
- Mestrado em Branqueamento Digital e Criptomoedas – disciplinas práticas como “Bitcoin para Políticos com Paciência Limitada” e “NFTs: Lavagem com Arte”.
- Pós-Graduação em Multiplicação de Fundos Públicos – onde os alunos aprendem a transformar 170 mil em 11 milhões e a chamar-lhe “promoção turística”.
- Unidade Curricular obrigatória: "Ética? Só se for para Inglês Ver".
- Licenciatura em Corrupção Aplicada, com estágio obrigatório no laboratório de leis para DDT na Assembleia Regional.
- Pós-Graduação em Lavagem Avançada de Dinheiro: módulo opcional “Como não deixar rasto em ilhas tropicais”.
- Licenciatura em Livre Expressão do Jornalismo com aplicação prática em tirar o nome da ribalta dos Panamá Papers, sob coação e ameaças, ou ainda, fingir-se de morto na alta roda noticiosa depois das rusgas.
Os professores são de renome:
- Dr. Fulano “Offshore” Silva, especialista em contabilidade criativa.
- Prof.ª Sicrana Cripto, que ensina “Como comprar uma ilha sem levantar suspeitas”.
- Convidado internacional: um suíço anónimo que só atende por pseudónimo e nunca aparece nas fotos.
E o slogan da nova campanha:
“Universidade da Madeira, única onde investes pouco e sais com milhões (ou pelo menos com um diploma que vale ouro no submundo).”
Quem sabe, no próximo ano, a UMa ultrapassa os 100% de ocupação. Até porque, com tantos alunos-fantasma, as estatísticas também podem ser... otimizadas.
Nota: que não me apareça um formatado em elogios gratuitos, foram eles que conseguiram os 62%.
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