O Madeira Opina tem muitos títulos provocadores, dizem muitas verdades. Há dias houve um que dizia assim: "Conferência dos aflitos porque vai acabar a "mama" com a conjuntura a apertar" (link), uma grande verdade. É preciso ler nas entrelinhas e perceber o verdadeiro mundo que nos rodeia nesta terra de mentira: as machetes, as estatísticas, os prémios e as narrativas.
Esta gente que nos governa não tem o mais absoluto dom da governação, os chamados "estadistas", são uma arraia miúda de pelintras que sem poder não são nada, o seu emprego é o poder. Por isso é que temos de gramar os seus histerismos nas campanhas, único momento em que não vendem calma. Não estão preparados para governar, muitos deslocados de alguma formação que tenham, não preparam o médio e longo prazo. Vivem o momento em esquemas, expedientes e fingimentos.
A Madeira parece viver tempos de fartura, é uma grande mentira. Os nossos governantes são incompetentes e maquilham através da comunicação social, sustentada por eles para disfarçar. A Madeira está há 40 anos a receber subsídios da União Europeia, e numa altura em que a Europa enfrenta grandes desafios, os nossos Governantes andam aflitos porque vão perder os subsídios de disfarçam a pobreza e os fundos que lhes dão a riqueza. Ou seja, durante décadas foi chapa ganha, chapa gasta, não se elevou a resiliência dos madeirenses com melhores vencimentos, mas na atualidade, por gula de usar a governação para propósitos pessoais, aceleraram a carestia, primeiro com os vistos gold, depois com os nómadas digitais, em seguida massificação do turismo e por fim com uma imigração para manter os vencimentos baixos.
A Madeira morre, os novos estão em elevadas percentagens a partir e nasce pouco para repor. Qualquer dia os nascimentos só do "Bangladesh", Brasil, Nepal, etc. É uma provocação, não sou extremista. Mas digo claramente que matar um povo desta maneira também é genocídio.
O nosso desenvolvimento não é por produção de riqueza mas por parasitismo dos fundos comunitários, onde poucos levaram tudo, com um momento atual onde o Governo lança números de desenvolvimento, fruto do consumo do dinheiro do PRR. Por outro lado, é fácil chamar a praga das low costs que inundam o mercado de turismo predador, que não interessa a nenhum destino turístico, e muito menos a ilhas.
O meu texto visa ser mais um alerta para que o madeirense acorde das futilidades, do entretenimento, do zapping, do ritmo de festas que a separam da realidade, das notícias grandiosas de sucessos, mas de sobretudo votar no umbigo, de se julgar elegível para um naco da corrupção, para a manutenção de climas económicos artificias, para a normalização e legitimação de corruptos e ainda para o facto de em breve vermos o turismo atingido na mouche (as pessoas vão abrandar nas viagens perante o horizonte que se adivinha).
Os fundos vão ser reduzidos e controlados desde Bruxelas, vai acabar a insuflação do PRR e o turismo vai começar, se já não começou, a sua linha descendente, traindo a teimosia na monocultura. Quando no futuro isto for acontecendo, veremos os madeirenses ainda mais pobres, a verdadeira incompetência da governação e alguns ricos que não estão preocupados, fizeram pé de meia durante décadas, sem o mínimo de decência com os madeirenses. Eles são, foram, o inimigo externo que inventaram para nos meter medo e votar nos mesmos, tática de todas as autocracias.
Deixo o vídeo da RTP Madeira, que ainda vai apresentando peças que honram o jornalismo.
