À volta da Privatização da TAP: o Hotel Nélio Mendonça, o Domínio Público Marítimo e uma Madeira para todos.


Não é sinal de saúde estar bem ajustado a uma sociedade profundamente doente! (autor anónimo)

L ançar para apreciação e discussão (no bom sentido, ao contrário da “máfia”) um tema de eventual interesse estratégico para todos os madeirenses é um elevado risco, a vários níveis. Em especial quando se percepciona (seria bom acreditar nas estatísticas oficiais) que se vive em duas ilhas pródigas em transformar o interesse de todos no interesse de alguns (poucos).

Por outro lado, sabendo-se, é público e notório, que, precisamente em nome do interesse privado de alguns, têm sido significativos os casos de má gestão do erário público (está por averiguar, por exemplo, quais as receitas efectivas pela utilização do Domínio Público Marítimo… tema sobre o qual não tenho visto ninguém a mostrar coragem para levantar, ou de saber quem são os verdadeiros accionistas da APRAM, S.A., etc.), gestão danosa de sociedades de capitais públicos (tais como as sociedades de desenvolvimento… dos lugares de baixo e da dívida, assegurada por avales da Região = dinheiro dos contribuintes) ou de associações civis (desportivas, culturais e IPSS) para as quais têm sido nomeados, como gestores, “comissários políticos” de duvidosa credibilidade e/ou capacidade.

Temendo-se que a próxima “estratégia (ou “estragédia”, para quem aprecie trocadilhos, tenha sentido de humor e não se amarre a um acordo ortográfico idiota e “socretino”) de curto prazo” (após as eleições) seja a do processo de transformação do hospital Nélio Mendonça numa nova unidade hoteleira (os moradores do Bairro do Hospital que se preparem para mais uma expulsão, pois convém não misturar os “patas -rapadas”, salvo o devido respeito, com o turismo de “pé descalço”), assim já se podendo fazer um teleférico quadrangular, eventualmente com o “Savoy Palace” e com o “Pestana Carlton”, “desaguando” no museu CR7 (isto para felicidade dos “patos bravos” da construção civil e seus acólitos/vassalos), não obstante, a propósito de um artigo sobre a “chantagem” da Ryanair, recentemente publicado aqui no CM (link), no qual é sugerido que se deixasse de atacar a TAP, deixo as seguintes notas:

Não sendo o exemplo do Continente, ao nível da gestão do interesse público, o melhor, antes pelo contrário (cada português paga em média cerca de 1500 euros mensais com os juros da dívida pública acumulada pelo chamado “Arco da (des)Governação”: PS, Geringonça, PSD e CDS; mais 1496 euros, também por mês, para sustentar quem nos desgoverna; basta analisar os Mapas 1 e 2 do Orçamento de Estado para 2023 e considerando que fôssemos 10 milhões de portugueses), tive a oportunidade de ver as últimas declarações do Ministro - “Young Turk” – João Galambas, referindo que a TAP estará pronta para ser reprivatizada. Pois os resultados, segundo deu a entender o mesmo, têm sido favoráveis.

Se é verdade ou não, caberia a um isento Tribunal de Contas (pelo menos um cujo presidente não fosse nomeado sob proposta do primeiro-ministro; ou seja, o fiscalizado propõe a nomeação de quem o fiscaliza… só mesmo neste País) investigar e confirmar ou desmentir aquilo que cheira a “esturro”, ou seja, a propaganda. É que, ao contrário dos arguidos, os políticos de há muito que deixaram de ter a presunção de inocência. [Só na Saúde é que são sérios… daí tantas mortes por miocardite após a fraudemia...]

Relativamente à privatização em si, a efectivar-se esta intenção (depois de tantos avanços e recuos) seria de interesse para a Madeira mobilizar-se num “Desígnio de Liberdade e Sobrevivência”, criando uma espécie de “cooperativa de investidores” (públicos, privados e individuais) e tentar adquirir uma posição accionista relevante (com capacidade de intervenção na gestão) na TAP.

A ultraperiferia exige que se deixe de pensar apenas em obras públicas de cimento e alcatrão e se olhe para a necessidade de não se viver numa “ilha-prisão”, em que a maioria dos madeirenses não tem capacidade para viajar de avião (um subsídio de mobilidade pago à posteriori em nada ajuda, quando deveria ser abatido automaticamente no acto da compra) e não há (nem pelos vistos quem nos desgoverna quer que haja) alternativa de transporte marítimo de passageiros para o Continente. E o que é mais grave é que os concessionários abandonam as linhas e não são penalizados por isso… “O “crime” compensa”…

Da forma como a comunicação (intoxicação) social aparenta estar controlada na Madeira, esta temática decerto será ignorada. Mas justificava-se um debate e que alguém, não “comprado” e com voz pública, olhasse para o Orçamento Regional e defendesse a conversão das verbas pretendidas “espatifar” em obras públicas para uma participação accionista significativa (quando não maioritária) na TAP. 

Sabendo-se, à partida, que o sector público regional não terá o dinheiro suficiente para uma empreitada (no bom sentido) destas, justificava-se a união aos privados que mais têm lucrado com a economia da Região (alguns em situações de monopólio de facto e outros em concorrência desleal) em quase meio século de autonomia. É tempo de “pay-back”! Em bom madeirense: já “mamaram” o suficiente!

Sem excluir a participação, ainda que simbólica, da maioria dos madeirenses, que decerto seria motivada para uma causa comum. Desde, é claro, que houvesse transparência e rigor. Mas para os políticos (e quem neles manda), como alguém disse, “transparente” parece que significa “traz parente”.

Seria ainda de equacionar o papel da Associação de Promoção da Madeira (que poderia ser o “piloto deste processo”, podendo beneficiar, sendo inteligente, duma significativa redução dos seus próprios custos de promoção), da Sociedade de Desenvolvimento da Madeira (pelo menos quando tinha na presidência o nível e a inteligência de uma pessoa como o Dr. Francisco Costa) e da ACIF (que, decerto, conseguiria mobilizar os empresários seus filiados, em prol da redução dos custos de contexto).

A questão prévia é a de saber se toda esta gente prefere deixar de estar acomodada ao seu RMG (Rendimento Máximo Garantido), ao conforto dos seus tachos e gabinetes, se pretendem mostrar que são competentes (…) e, ainda, se estariam receptivos e empenhados para uma mudança de cenário (um verdadeiro interesse público) que beneficiasse TODOS. De contrário, “a porta da rua é a serventia da casa”.

Não se desejam novas Caixas Económicas nem BANIF’s como agências de colocação de militantes/familiares.

Decerto para os que pensam “dentro da caixa” esta é uma ideia vinda de um louco e socialmente pouco ou nada recomendável. 

Mas, para mim (que também tenho direito à vida e à natural liberdade de expressão e não tenho felizmente que gramar com a hipocrisia dos outros), a pior loucura é a “loucura da normalidade”. 

É que, à custa dos “normais”, dos politicamente correctos, dos bastardos servidores, dos acéfalos, das toupeiras (que só abrem a boca quando são prejudicadas nos seus mesquinhos interesses) e dos covardes, chegámos onde chegámos. Alguns de Bentley… alugado com o nosso dinheiro. Numa ilha decente isto seria um caso de demissão imediata.

Já que, um dia, alguém relevante escreveu que “a dimensão do Homem é a medida do seu sonho”, eu ainda sonho que a Madeira poderá proporcionar uma melhor qualidade de vida a todos os madeirenses e porto-santenses.

Mas não é, nem será, com este sistema eleitoral monopolizado por partidos maioritariamente dominados pela franco-maçonaria, pela opus dei, opus gay (pior do que a homofobia é a heterofobia…) e jesuítas, entre outras seitas.

Tão pouco com um regime republicano de criação sionista/maçónica que visa retirar a soberania aos países visando submetê-los a um governo único mundial, entre outras patifarias. Isto está mais que denunciado (cfr., por exemplo, “O Governo Bilderberg”, de Frederico Duarte Carvalho), menos na dita imprensa de referência. 

De contrário teríamos os nossos (salvo seja, porque não tiveram o meu mandato) “representantes” a reivindicar os 2900 mensais que o Estado português deve em média a cada madeirense. Daria uma interessante conta-corrente… quiçá a abater aos custos de aquisição da TAP. 

“Deus quer, o Homem sonha, a Obra nasce”. (Fernando Pessoa).

Mas preferem agachar-se. Tristes. Covardes. A estes dedico um texto de Pedro Munhoz; “Morrer”:

“Tenho morrido muitas vezes
Depois, respiro fundo,
Lavo o rosto, sigo em frente.
Não é fácil morrer,
Difícil é renascer,
Fingir-se de sol,
Cegar a lua,
Beber o mar.
Detestável seria ter a covardia
Dos que me mataram.
Eu sigo renascendo,
Eles seguem covardes.”

Pedro Marques de Sousa
O Louco (com muito orgulho)
pedromarquesdesousa@gmail.com

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 1 de Agosto de 2023
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