Resposta ao Artigo "Banco de Fomento para a Madeira?"


Caro autor do artigo,

A pós ler o texto "Banco de Fomento para a Madeira?", gostaria de oferecer algumas considerações sobre a proposta que foi muito bem apresentada pela “lufada de ar fresco” no cenário da política regional que é a visada do seu artigo, Marta Sofia do Partido Livre  sobre a criação de um Banco de Fomento para a Madeira, (muito pouco honesto a nível intelectual) especialmente no que se refere ao papel do Banco de Fomento Português (BFP) e da Lisgarante, uma sociedade anónima de garantia mútua.

Sendo economista de profissão, embora concorde que a Madeira já conta com mecanismos de apoio às empresas, gostaria de destacar a importância de distinguir as funções destas duas entidades e de como elas podem complementar-se para fortalecer o ecossistema empresarial da região. Pois existem diferenças entre ambas. 

O conceito de um banco de fomento, como o Banco de Fomento Português (BFP), tem como objetivo fornecer financiamento direto a empresas, especialmente nas áreas da inovação, internacionalização e sustentabilidade. Este tipo de banco não se limita a fornecer garantias (como a Lisgarante), mas concede efetivamente crédito, com condições vantajosas e focadas no desenvolvimento económico. A criação de um banco de fomento específico para a Madeira poderia ajudar a diversificar as fontes de financiamento para empresas locais, especialmente aquelas com projetos que necessitam de capital mais flexível ou inovador.

O BFP oferece uma gama de produtos financeiros, como linhas de crédito para pequenas e médias empresas (PMEs), apoio à digitalização, à transição energética e ao crescimento sustentável. Estas condições são particularmente importantes para as empresas madeirenses que procuram competir a nível global, adaptando-se às novas exigências do mercado. Por outro lado, a Lisgarante, como sociedade de garantia mútua, desempenha apenas a função de complementar o BFP.  Não é a mesma coisa que um Bando de Fomento! Em vez de oferecer financiamento direto, a Lisgarante oferece garantias a empréstimos tomados por empresas, permitindo-lhes aceder a crédito com condições mais favoráveis.  Este modelo é particularmente relevante para PMEs que podem não ter as garantias reais necessárias para obter um financiamento tradicional junto aos bancos comerciais.A função da Lisgarante é fundamental no apoio à capitalização das empresas que enfrentam dificuldades em obter financiamento devido a restrições de garantia ou risco. No entanto, ela não substitui a necessidade de um banco de fomento, que pode atuar diretamente na concessão de crédito, facilitando a implementação de projetos inovadores ou estratégicos. É importante reconhecer que a Lisgarante e um Banco de Fomento não são entidades concorrentes (mas parece que a Lisgarante assim o vê). 

Enquanto a Lisgarante foca-se no alívio das condições de acesso ao crédito, oferecendo garantias, o Banco de Fomento tem a capacidade de conceder financiamento direto a empresas, oferecendo soluções financeiras específicas. Portanto, em vez de substituir os mecanismos já existentes, um Banco de Fomento para a Madeira poderia ser mais uma ferramenta dentro de apoio às empresas locais, atuando de forma sinérgica com a Lisgarante, para fortalecer o ecossistema empresarial da região e impulsionar projetos com alto potencial de crescimento e inovação. A criação de um Banco de Fomento específico para a Madeira pode ser um passo positivo para fortalecer a estrutura financeira da região, oferecendo condições adequadas para o desenvolvimento de empresas inovadoras, sustentáveis e com capacidade de expansão internacional. Contudo, é necessário compreender que este banco não substituiria a função da Lisgarante, nem me parece que fosse esse o objetivo da proposta, onde apenas se pretende criar um ambiente mais robusto de apoio ao financiamento empresarial. Portanto, a proposta de criação de um banco de fomento, longe de ser redundante, poderia trazer uma maior diversificação de fontes de financiamento, ajudando as pequenas, e médias empresas da Madeira a ultrapassarem obstáculos financeiros e a crescerem num cenário global cada vez mais competitivo.

Mas gostaria de deixar uma pergunta no ar:

Ainda sobre financiamentos (outros), será que como está é bom porque os clientes dos fundos comunitários para as empresas são sempre os mesmos, para os mesmos projetos há 20 anos e para mesmas empresas de contabilidade?

Atenciosamente,

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025
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