É com preocupação que se assiste à recente atitude da Universidade da Madeira (UMa), que tem contactado antigos alunos e atuais estudantes do Curso Técnico Superior Profissional (CTeSP) em Proteção Civil com o objetivo de obter assinaturas que visam garantir a manutenção de fundos associados ao curso. Este tipo de abordagem levanta sérias questões éticas e institucionais que não podem ser ignoradas.
A prática de contactar alunos, muitos dos quais já não frequentam o curso, para assinarem documentos que legitimem a continuidade do financiamento, sem que estes compreendam totalmente o conteúdo ou as consequências da sua assinatura, é altamente questionável. Pior ainda é a tentativa de envolver estudantes ativos, colocando-os sob pressão para validar uma realidade que, possivelmente, não corresponde à verdade administrativa ou académica.
Este tipo de atitude põe em causa a integridade da instituição e o respeito pelos princípios da transparência e da verdade. Os fundos públicos ou comunitários devem ser atribuídos com base em critérios reais de funcionamento, qualidade e adesão dos estudantes aos cursos, e não em manobras burocráticas que tentam maquilhar a situação.
É inaceitável que se peça a qualquer aluno, passado ou presente, que assine documentos com o único propósito de manter verbas que, por direito, talvez já não devam ser atribuídas. Os estudantes não devem ser usados como peças num jogo de interesses financeiros. A sua confiança na instituição e o seu papel como cidadãos devem ser respeitados.
Apela-se à Universidade da Madeira para que cesse imediatamente este tipo de prática e proceda a uma revisão séria e transparente dos critérios de financiamento e da sua aplicação. E, acima de tudo, que assuma a responsabilidade institucional perante a comunidade académica e a sociedade madeirense.
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