Direção Regional das Pescas: um navio à deriva e um capitão sem rumo


A Secretaria Regional da Agricultura e Pescas está prestes a cair nas mãos de Nuno Maciel, um professor da Calheta, deputado do PSD desde 2019, agora promovido a secretário regional. O problema? Tanta experiência no setor como um ouriço-do-mar. Zero conhecimento sobre pesca, mar ou políticas sustentáveis. Mais um nome encaixado num cargo de peso, sem qualquer garantia de que entenda os desafios que enfrenta.

Mas e a Direção Regional das Pescas? O cargo ainda não tem dono, mas não seria irónico se o escolhido fosse P. “Sem Ideias”? Afinal, ele sempre sonhou sair da sombra da Dra. M. A., e este cargo dar-lhe-ia finalmente o palco que tanto anseia. Trocar a quietude do laboratório por um gabinete onde pudesse aparecer nas fotografias, sem precisar de se pendurar na bandeirinha laranja nas campanhas, seria o culminar da sua trajetória de ambição, o desfecho ideal para a sua saga de autoafirmação.

O problema é que enquanto se distribuem cadeiras políticas como se fossem brindes, o setor pesqueiro afunda-se em corrupção, favoritismos e incompetência. Os pequenos pescadores, que realmente dependem do mar para viver, são esmagados por burocracia e esquemas de influência, enquanto os grandes armadores continuam a ser favorecidos. A fiscalização é praticamente inexistente, permitindo abusos que prejudicam tanto a economia local como o ecossistema marinho. Licenças de pesca são distribuídas sem critério transparente, como se fossem fichas de um casino político onde só ganha quem está dentro do esquema.

E enquanto a bagunça prossegue, vale a pena lembrar Rafaela Fernandes, que, apesar de tudo, ainda tentava manter um mínimo de profissionalismo e ordem no setor. Agora? Com um secretário sem qualquer conhecimento da área e um possível diretor regional mais preocupado com a própria visibilidade do que com a pesca, o setor caminha a passos largos para o colapso.

E se dúvidas houvesse sobre a qualidade das nomeações políticas nesta terra, basta olhar para o currículo do novo secretário. Tem tanta competência na área como o seu colega, o ex-presidente da Assembleia, José Manuel Rodrigues, que aprendeu economia algures entre o "Why Not" na Zona Velha e as mesas de roleta do Casino da Madeira.

A Direção Regional das Pescas precisa de alguém que ponha mão nisto. Alguém que enxergue os desafios e tenha capacidade para resolver o caos instalado. Mas, ao ritmo a que isto vai, o setor só pode esperar um futuro de bandalheira e "ditocracia", onde quem governa não é quem sabe, mas sim quem tem amigos nos lugares certos.

O problema é que não há vento que leve um barco sem rumo a um bom porto. E, ao que tudo indica, a Madeira vai pagar caro pela incompetência daqueles que se dizem líderes.

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